A morte do professor Millôr
Alexandre Bastos 28/03/2012 18:06

millôr

Ao tomar conhecimento, na manhã de hoje (28), sobre a morte do escritor Millôr Fernandes, através do jornalista Aluysio Abreu Barbosa, só consegui dizer uma palavra: “Poxa...”. Depois, fiquei sentado em silêncio e refleti sobre a importância do Millôr em minha vida. Ele sempre contava, sem esconder a emoção, histórias sobre a sua professora Isabel Mendes. “Ela é a culpada por tudo isso. Isabel Mendes foi quem me ensinou a gostar de ler”. Hoje, sem pensar duas vezes, posso dizer que o Millôr foi a minha Isabel Mendes.

Com o Millôr aprendi sobre política, literatura, jornalismo, humor, chatice, frescobol, ironia, inutilidades e amor. Como ele mesmo dizia, “amor não é para amador”. Também aprendi com o Millôr que o Brasil inventou o socialismo de direita e que o grande problema do socialismo foi a falta de capital.

Esbanjando inteligência e sagacidade ele sabia resumir em uma frase o que muita gente não consegue dizer em teses longas e cansativas. Ela ensinava que as pessoas que falam muito, mentem sempre. "Essas pessoas acabam esgotando seu estoque de verdades". E também dizia que os desconhecidos são sempre admiráveis. Millôr sabia ser ácido sem perder a ternura, irônico sem ser debochado, crítico sem ser chato, culto sem ser pedante, pessimista sem ser derrotista. E por fim, há um conselho do Milôr que jamais irei esquecer: “Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos”.

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