Sonhos: matéria-prima da essência humana...
bethlandim 28/03/2012 10:50

Estive pensando sobre aquela célebre frase de Fernando Pessoa, tão usada nos discursos: “você é do tamanho dos seus sonhos”. E qual será o verdadeiro tamanho dos nossos sonhos? É no sonho que cada um de nós projeta as realizações. Se entendermos o ser humano como a Divina ligação entre o corpo e a consciência, poderemos classificar o sonho como o elemento que acorda o inconsciente e, por vezes, consegue desligar o corpo da consciência. Quando esse desligamento ocorre, passamos a navegar em emoções secretas e profundas.  Sonhar é permitir-se olhar pela janela da liberdade, trilhar caminhos desconhecidos, projetar o futuro, perseguir a felicidade... almejar a vida.

Não existem limites para sonhar. No sonho, é possível brincar com o tempo, refazendo o passado e antecipando o futuro.

Aliás, para sonhar, nem é preciso ter passado ou presente. Para sonhar é preciso, apenas, ter esperança. É a esperança que nos impulsiona e que direciona nossos sonhos.  Sonhar não é direcionar os pensamentos ao que pode ser real. É tornar real, mesmo que apenas na mente. É dar, a própria vida, a um sentimento de bem-estar.

Mas e o tamanho dos nossos sonhos? Quanto maior o sonho, maior a possibilidade de decepção? Não! Esse é o grande erro daqueles que não ousam. Se o sonho é grande, grandes são as possibilidades e as decepções tornam-se oportunidades de aprendizado. Sim. Por vezes, nossos sonhos irão se despedaçar como cacos de uma louça cara. Por vezes, vão sumir como bolhas de sabão no ar. Não importa! Nessas horas, teremos a oportunidade de renovar nossos sonhos. De preencher os possíveis vazios com novas esperanças. É necessário sonhar.

Na natureza, encontramos valiosos exemplos de pequenos-grandes sonhadores. A lagarta, enquanto rasteja, sonha em se tornar borboleta. Troca o lamento de sua condição atual pelo sonho de voar em volta das flores coloridas e, dessa forma, ameniza seu sofrimento e é feliz.

A semente, enterrada no solo, poderia sufocar e morrer em seu próprio pesar. Ao invés disso, sonha em germinar e ver a luz do sol. Enquanto sonha, é feliz e espera sua integração na vida da natureza.

Augusto Cury, psicoterapeuta e escritor brasileiro, em um de seus textos, traduz, como ninguém, a valentia e o significado desses exemplos: “Sem sonhos, as perdas se tornam insuportáveis, as pedras do caminho se tornam montanhas e os fracassos se transformam em golpes fatais. Mas, se você tiver grandes sonhos... seus erros produzirão crescimento, seus desafios produzirão oportunidades e seus medos produzirão coragem”.

É preciso povoar a mente de sonhos. Correr o risco e renovar as esperanças. A projeção de nossos sonhos é o que nos proporciona sustentação moral e emocional para prosseguirmos na grande aventura da vida. O mundo pertence aos portadores de sonhos, seres especiais.

Mas o que fazer quando os sonhos alcançam as nuvens e parecem inatingíveis? Eis aí a pergunta que determinará o real tamanho dos seus sonhos. Se eles são grandes, realize-os! Empenhe-se, simplesmente, em construir os alicerces para alcançá-los.

Quando uma mãe se debruça sobre o berço de seu filho ainda tão pequeno, ela descortina, para ele, os mais lindos sonhos. Projeta uma vida reta, íntegra e feliz. Naquele momento, seus sonhos trazem sua felicidade e transmitem paz ao seu bebê. Mas, como grande é o seu sonho, enquanto aquele menino cresce, é preciso construir os alicerces para que ele se torne o homem digno com o qual ela sonhou.

Tornar um sonho realidade é uma das maiores recompensas humanas. Para isso, é preciso, além de sonhar, buscar os caminhos para realizar nossas fantasias. É muito bom perseguir os sonhos e sentir o gosto de vê-los realizados, nos amadurece e nos prepara para desafios futuros, alargando sempre os nossos horizontes para outros vôos.

Termino este artigo, desejando que você sonhe alto e sonhe sempre. Que renove, a cada queda, suas esperanças e seus projetos.

Que reconheça o tamanho dos seus sonhos e, diante disso, encontre forças para alcançá-los. Que construa pontes que te levem a eles, ao invés de paredes que limitem seu futuro. Não perca a firmeza dos seus pés na terra, mas jamais deixe de erguer a cabeça para o alto e desejar ser uma estrela.

Com afeto,

Beth Landim

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