"Atleta ao cubo", por Rômulo Santos
Marcos Almeida 07/01/2012 05:37

Nos dias atuais é impressionante ver a quantidade de pessoas que cada vez mais se tornam adeptas do triathlon, um dos tais "esportes da moda".

Por inúmeros motivos as pessoas buscam essa modalidade multisport, seja por estar buscando novos desafios, novos hábitos de vida, por estar em fase de reabilitação de alguma patologia, por já serem atletas de uma outra modalidade, entre outros. Cada um tem a sua peculiaridade.

No meu caso, me encaixo no grupo dos ex nadadores que se tornaram triatletas. Espelhos para mim não faltaram, já que em minha família o meu próprio padrinho, Paulo Roberto Azevedo, pratica o esporte há mais de 20 anos, e hoje aos 59 anos,sendo campista e residente em Niterói, tem nada mais nada menos que 8 provas de iron man no currículum. Isso sempre me fascinou desde "moleque".

Tenho 22 anos e nado desde os 2 anos de idade. Me lembro até hoje do meu primeiro contato com o triathlon, exatamente no ano de 1999 e com apenas 10 anos eu já havia vencido no geral a extinta Travessia de Lagoa de Cima, e naquele mesmo dia, haveria um triathlon lá mesmo, passando pelo Iatch Club e seus arredores.

Peguei minha bike e preparei tudo para a largada. Fui  o primeiro a sair da água mas logo no início do pedal acabei ficando para trás sendo ultrapassado pelos adultos. Das 8 crianças e adolescentes que largaram fui o único "finisher", tendo que completar a corrida junto ao meu pai que me animava. Aquilo me marcou e desde então já sabia que anos mais tarde teria que voltar a fazer esta prova.

Me mantive competindo na piscina e nas provas de mar aberto. Passei por clubes como Vasco da Gama e Fluminense (infelizmente não pude nadar pelo Flamengo.srrs), até que em 2007 recebi uma mensagem no meu orkut com um convite para um Biathlon (500 m natação + 3 km corrida) em Copacabana.

Na época sabia que começar a correr atrapalharia meu rendimento nas piscinas, porém não atrapalharia meu rendimento no mar aberto. Fiz a prova e logo de cara consegui figurar entre os 5 primeiros colocados da elite.

Depois dali tive que tomar uma decisão: comecei a correr apenas 3 x por semana e participei de alguns aquathlons (2,5 km corrida + 1 km natação +2,5 km corrida), tendo inclusive minha primeira convocação para a seleção na categoria Sub -23, ainda em 2007 para competir no Mundial de aquathlon no México.

Ainda permaneci até 2008 competindo pelo Fluminense e no final deste mesmo ano deixei a piscina de lado e passei a focar totalmente nas provas de aquathlon. Em 2008, após conquistar o campeonato brasileiro na categoria 20-24, recebi a minha 2ª convocação e em setembro já estava embarcando para a Austrália, estreando enfim num Mundial. Esperava ficar entre os 30 primeiros colocados, mas aí veio a surpresa. Acabei ficando na 9ª colocação, sendo o melhor latino americano na categoria. Depois disso, ainda faltava uma coisa: a BIKE!

Voltei para o Brasil e consegui meios de adquirir uma razoável. Comecei a incluir os treinos de "pedal" na periodização e iniciei finalmente o triathlon.

Depois da Austrália, ainda pude competir no Mundial da Hungria (Budapest) em 2010, sendo 7º colocado no aquathlon e também pude competir mais recentemente no Mundial da China (Beijing) em 2011, sendo 6º colocado no aquathlon e fazendo a tão sonhada estréia no Mundial de triathlon, obtendo um TOP 10, com a 9ª colocação.

Me lembro até hoje quando comecei a vencer algumas provas de aquathlon. As pessoas em Campos perguntavam: "o que é esse tal de aquathlon?","como se faz isso?" Era engraçado, pois todos, ou melhor, algumas pessoas já conheciam o triathlon, devido a participação de outros campistas nessas provas, como o meu amigo Jorge Renato.

Fico muito feliz em ver e saber que hoje, muitos outros campistas já aderem em grande número a essas provas. Exemplo disso é que a partir de 2007 eu não era mais o único campista a participar das travessias e dos aquathlons.

Praticar o triathlon oferece um leque enorme de opções. Devido a preparação e treinamento, o triatleta está praticamente apto a fazer provas de travesias em mar aberto, provas de ciclismo, provas de corrida de rua, das mais curtas até as maratonas, sem falar nos benefícios pessoais e fisiológicos que a prática da modalidade proporciona.

É um esporte que demanda tempo? Sim,bastante! Por isso é necessário uma periodização minunciosa para que respeitando a individualidade biológica de cada um, o indivíduo possa sempre alcançar os seus obejtivos de maneira satisfatória e segura.

No triathlon, as metas devem ser estabelecidas diariamente e cada dia de treino finalizado já pode ser considerado um objetivo alcançado.

Enfim, para finalizar gostaria de deixar uma frase que gosto muito e foi dita por um dos grandes ídolos do esporte: Lance Armstrong. Essa frase me motiva bastante quando estou num daqueles treinos que fazem até a "alma doer":

" A DOR É TEMPORÁRIA, DESISTIR É PARA SEMPRE!"

Feliz ano novo para todos! E que 2012 seja melhor ainda, com muitas medalhas, troféus e novas metas alcançadas!

Um abraço Rômulo Santos

www.romuloasantos.blogspot.com

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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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