Eike para presidente
Alexandre Bastos 19/01/2012 14:41

eike

O jornalista Sérgio Malbergier publicou hoje (19), em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo, um artigo sobre a possibilidade do bilionário Eike Batista se tornar presidente do Brasil. Vale lembrar que Eike pensa em fundar um partido político nos próximos anos.  Confira o artigo:

Eike para presidente

Ser rico no Brasil sempre foi uma ofensa sociológica. Eike Batista chegou para acabar com isso. Ele não é só um bilionário desinibido, confiante, assumido. O pai de Thor é também carismático, empreendedor genuíno, obcecado com o cabelo, nosso primeiro Donald Trump, com bestseller nas livrarias e um senso de autopromoção que pode levá-lo, quem sabe, a subir a rampa do Palácio do Planalto. Lembro que nos anos 1980, quando os japoneses inventavam coisas geniais como o walkman e eram vistos como os chineses são vistos hoje, era comum dizer que o Brasil deveria ser dado para eles administrarem. Tínhamos todos os atributos de uma nação rica, mas éramos tão mal geridos (naquele lodaçal do final da ditadura até o Plano Real) que deixados a nós mesmos nosso destino seria o fracasso. Depois de tentarmos todas as coisas difíceis, o Brasil finalmente se encontrou no óbvio: democracia e economia de mercado. Chegamos com um atraso enorme em relação aos nossos primos norte-americanos (com quem devemos nos comparar por dimensão e ambição, e não com nossos pequenos vizinhos latinos), mas capitalismo e democracia, mesmo que tardios e imperfeitos, nos fazem muito bem. E agora as coisas andam mais rápidas. A população brasileira, empreendedora por necessidade, abraçou o capitalismo e foi.  Sob o governo de Lula, o primeiro presidente pobre do Brasil, pobres e ricos enriqueceram juntos. Quando a maré sobe, todos os barcos sobem.  Trabalhar finalmente tornou-se instrumento efetivo de ascensão social no país.  E se ainda é difícil ficar rico, pelo menos está mais fácil ficar mais rico do que se era, com o desemprego abaixo de 6% e renda em alta. Já temos 145 mil milionários no Brasil (com US$ 1 milhão disponível para investir), segundo cálculo recente de um banco estrangeiro. É um número ainda pequeno numa população de 200 milhões de habitantes, mas está crescendo. Nossos velhos ricos sempre foram muito reservados, como se Balzac tivesse razão ao dizer que atrás de toda fortuna tem um crime. De fato, a distribuição de riqueza no Brasil sempre foi caso de crime contra a humanidade, parido na escravidão colonial. Mas as coisas estão mudando. Nossos novos ricos, confiantes e desinibidos, desfilam seu sucesso e seu dinheiro como troféus a inspirar os observadores. São principalmente pequenos empreendedores ou grandes profissionais liberais que estão formando uma nova camada de poder que pode ter a força de mudar o Brasil.

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