"O Brado Retumbante" — Arte que imita a vida
Alexandre Bastos 16/01/2012 01:10

brado

Difícil não fazer um paralelo entre o  presidente Paulo Ventura, papel de Domingos Montagner, de 49 anos, na minissérie “O Brado Retumbante”, que estreia na próxima terça-feira, na Globo, e uma série de personagens que fazem parte da política nacional. Mas é bom que se diga: oficialmente tudo não passa de ficção. “Não houve nenhuma indicação nem  inspiração”, conta o ator principal, que foge até de perguntas sobre seu posicionamento político para não se comprometer: “Acho que este não é um bom momento para dar minha opinião sobre esse assunto”. Escrito por Euclydes Marinho, “O Brado Retumbante” narra a história de Ventura, presidente da Câmara dos Deputados que se vê na cadeira do político mais importante do país após um acidente aéreo que vitima o chefe de estado e o vice. Com 15 meses de mandato pela frente,  ele resolve então tentar colocar o país, sucateado por casos de corrupção e políticos nada confiáveis, no rumo. Assim, decide sair do papel de fantoche político – função essa que se sujeitou quando foi eleito por adversários como presidente da câmara –, para tentar mudar o sistema. “A postura dele incomodará os poderosos. Tanto é que será alvo de atentados e terá a sua vida pública devastada pelos inimigos”, conta o ator.

Bastidor polêmico — “O Brado Retumbante” é o início da retomada das produções em teledramaturgia que tem a política como tema central. Desde a redemocratização do Brasil, no fim dos anos 80, a emissora deixou de produzir  séries ou novelas do gênero. O motivo, extra-oficialmente, era evitar atritos desnecessários com o poder e  não dar munição para a oposição, sempre  pronta para denunciar favorecimento a determinadas figuras políticas ou aos partidos representados por ela. O tal veto tornou-se ainda mais justificado após o episódio em que a Globo foi acusada de favorecer o então candidato à presidente, Fernando Collor, no fatídico debate de 1989 contra Luiz Inácio Lula da Silva. A ascensão de Lula ao poder, em 2002, colocou em fogo brando a relação.

Fonte: O Diário de S.Paulo

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