Enquanto o PT ameaça rever suas alianças com o PMDB para as eleições municipais de outubro, inusitadamente o PR, presidido no Rio pelo ex-governador Anthony Garotinho, discute apoiar candidatos peemedebistas em duas cidades do estado. Os acordos podem sair em Angra dos Reis e Nova Iguaçu, contrariando a tendência dos outros 90 municípios. Secretário-geral do PR-RJ, Fernando Peregrino confirma as negociações e diz que o estremecimento na base aliada, gerado após entrevista do presidente Jorge Picciani (PMDB) publicada domingo pelo jornal "O Dia" (aqui), pode favorecer os partidos de oposição. “A divergência entre eles facilita o PR como líder de um grupo de oposição. Mas não sei até que ponto o (senador do PT) Lindbergh (Farias) e o grupo dele estão dispostos a levar isso adiante”, avalia Peregrino.
Em Nova Iguaçu, a vereadora Maria Nicolasina Guimarães (PR) está cotada para vice de Nelson Bornier (PMDB). Mas o DEM ainda pressiona o PR a apoiar o pré-candidato Rogério Lisboa. Em Angra dos Reis, se confirmada a candidatura de Fernando Jordão (PMDB), Aurélio Marques (PR) deve se unir à chapa para derrotar justamente a pré-candidata do PT, Conceição Rabha. Jordão possui boas relações com a família Garotinho, o que facilita o entendimento. E Picciani sinalizou que o PMDB não deverá apoiar o atual prefeito, Tuca Jordão, que está afastado do cargo por licença de saúde. “Em princípio, o PMDB não é nosso aliado. Queremos lutar contra uma política nefasta no estado e em muitos municípios conduzidos por eles. Casos eventuais passarão por um crivo rigoroso do partido”, frisa Peregrino. O dirigente do PR assinala, porém, que “a política local nem sempre segue matematicamente a política estadual”.
Fonte: O Dia