Teorias sobre os incríveis corredores africanos
Marcos Almeida 22/12/2011 12:32

Muito se fala sobre a hegemonia africana nas provas de fundo e meio fundo. Neste post, teremos os relatos de pesquisadores, atletas, ex atleta e a minha, tentando esclarecer pontos sobre estes super corredores. Vamos a eles:

Luiz Augusto Riani Costa, especialista em medicina esportiva e fisiologia do exercício: "Composição de fibras musculares que favorece o esforço intenso por longos períodos; a distribuição e a densidade aumentada de glândulas sudoríparas, que ajudam no resfriamento do corpo; a composição óssea, mais leve e cuja organização, com quadris curtos e membros compridos, melhora a eficiência do movimento; o tronco muitas vezes mais curto, como que priorizando o que é necessário para correr e reduzindo o que importa menos nessa tarefa. O fato de algumas tribos viverem em grandes altitudes pode favorecer a produção de hemácias, responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue, o que facilitaria o desempenho em altitude normal, ao permitir maior oferta de oxigênio aos músculos, porém muitos atletas passam a treinar em outros locais sem prejuízo no desempenho. Além disso, locais como México e Bolívia também têm pontos altos, mas seus atletas não acompanham os quenianos";

Yannis Pitsiladis, professor da Universidade de Glasgow que há anos estuda a preponderância de quenianos no atletismo: "Há várias pesquisas em andamento, mas até agora não há evidências de predisposição genética. Estudos com corredores de longa distância do Quênia e da Etiópia e com velocistas da Jamaica, da Nigéria e dos EUA não detectam nesses atletas perfis particulares. Ao contrário, evidenciam uma grande diversidade genética. Fatores ambientais e comportamentais, como tradição e práticas culturais; razões econômicas, como pobreza e longas distâncias percorridas desde a infância; vantagens geográficas (a altitude das regiões onde vivem e treinam) e anatômicas (morfologia das pernas e peso reduzido)";

Luiz Antonio dos Santos, ex recordista Sul-americano de maratona e bi-campeão da maratona de Chicago: "Não tem segredo. É trabalho. As meninas ganham porque treinam com homens. O negócio é feio. Tudo o que vi lá foi o povo treinando. De sofrer, de chorar num treino".

Visão dos atletas africanos: "Somos bons porque corremos desde sempre, seja para escolas distantes até 10 km de nossas casas, seja atrás de animais para ajudar a família a produzir sustento".

Minha visão: Tudo isso junto, pois o desempenho no esporte requer a integração de n fatores como os treináveis - fisiológicos, psicológicos e biomecânicos - aprendizagem técnica e tática e as questões ambientais, genéticas e cronológicas. 

Para se informar mais profundamente aqui!

Bons treinos com pegada queniana para todos!

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Marcos Almeida

    [email protected]

    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

    BLOGS - MAIS LIDAS