Nahim: "Espero que Garotinho reflita sobre o que fez"
Suzy 12/12/2011 09:45
O Legislativo de Campos encerra suas atividades na próxima quinta-feira, dia 15, retornando já em ano eleitoral. No balanço de 2011, o blog entrevistou o presidente Nelson Nahim (PPL). Como ponto positivo, ele destaca a Tribuna Livre e a devolução aos cofres públicos de cerca de R$ 1 milhão. Como negativo, o episódio da segunda cassação da prefeita Rosinha, o que acabou tendo como consequência, o rompimento com seu irmão Anthony Garotinho. Lembra que, por força da legislação eleitoral, não pode ser candidato a prefeito, e diz que, na hora certa, o PPL decidirá qual caminho seguir em 2012. nahim Ano do Legislativo - Faço um balanço extremamente positivo. Vou encerrar o ano do ponto de vista administrativo da Câmara cumprindo com todas as obrigações, não sei precisar ainda, mas vou devolver, no mínimo, R$  1 milhão aos cofres públicos. Pagamento em dia, vou pagar o 13 dia 15, fizemos praticamente a reestruturação desse prédio inteiro já está pronto para a próxima legislatura, até o final do ano teremos colocado o elevador na Câmara, porque o daqui só cabem duas pessoas, é antigo. Como ponto negativo, apontaria aquele episódio que aconteceu durante a cassação de Rosinha, aquele tumulto. É um ponto negativo para o Legislativo. Aqui não é lugar para isso, nem para pessoas que aqui vieram e nem o comportamento de alguns vereadores. Fora isso, tivemos uma agenda positiva, tivemos várias audiências públicas, alguns vereadores se destacaram mais, outros menos trazendo audiências públicas, a Tribuna Livre foi uma coisa importante, muita coisa aconteceu na Tribuna Livre. Foi um projeto que coloquei em prática, muitas vezes questionado, alguns dizendo que eu estava abrindo um espaço para a oposição. Na verdade é um espaço para a população. Tem todo um critério, só pode participar quem desenvolve um projeto social, estar atrelado a sindicato, enfim, ter representatividade na sociedade civil. Aqui tiveram Sepe, associação de moradores, entidades na área de dependência química. Rompimento -  Politicamente foi um ano diferente para mim. Me afastei do grupo político liderado pelo Garotinho por causa de inúmeras coisas que vinham acontecendo há algum tempo, mas diria que a gota d’água aconteceu com aquele episodio lamentável que aconteceu aqui na Câmara. Ali faltou respeito a mim enquanto vereador, presidente da Câmara e, também, enquanto membro do partido. Já que, antes daquele fato, aconteceu de vereador do mesmo partido estar  registrando em cartório coisas que eu teria dito. Num acordo entre o presidente do meu partido, Garotinho, e um vereador do meu partido querendo fazer instrumento de prova contra mim sem que eu soubesse. Me senti traído dentro do meu partido. E ficou insustentável. Em função dessa gota d’água resolvi me afastar. Deixei claro para a prefeita, durante sua posse dias depois, que não faria oposição o governo, até porque foi um governo que ajudei a construir, fui prefeito por seis meses, dei continuidade a muitos programas, implementei outros. Então eu não estava brigando com o governo, minha discussão era com meu partido, presidente do meu partido, vereador do meu partido e não tinha mais clima para eu conviver com o partido. Fui para o PPL, hoje sou presidente da legenda em Campos, faço parte da executiva estadual, no próximo dia 17 terei um encontro com o presidente nacional do meu partido (Sérgio Rubens). Estou feliz porque me deram a oportunidade  de construir o partido na região e tem sido muito bom. Na região migraram para o partido vereadores de mandato, fizemos uma boa nominata. O PPL com certeza terá vereadores na próxima legislatura, só lamento a maneira como ocorreu meu desligamento do PR. Sem arrependimento - Não estive mais com Garotinho depois daquilo. Estive com a prefeita em duas ocasiões, reunião o Comudes, e através do líder do governo e por telefone para tratar de projetos que eram de interesse do governo e que estão sendo votados sem nenhum entrave. Estou cumprindo meu papel como presidente da Câmara. Agora, do ponto de vista familiar, não posso dizer que foi bom. Espero que Garotinho reflita sobre tudo o que ele fez. Estou fazendo a mesma coisa. Não me arrependo. Até pelos fatos que relatei aqui. É inconcebível que o presidente do meu partido, meu irmão, e um vereador de meu partido façam um documento, registrem em cartório, coloque no blog dele que eu sabia da decisão se eu sequer conheço a juíza, nunca vi, se ela passar por mim não sei quem é. E depois nesse episódio aqui na Câmara, onde insistiram em ler um documento que não tinha cabimento. Eu só cumpri uma decisão da Justiça e a decisão era para eu tomar posse e imediatamente. Se a decisão da Justiça estava certa ou errada, não cabia a mim discutir. Cabia cumprir a decisão da Justiça, como aconteceu antes, fiquei seis meses no cargo, não morreu ninguém, a cidade continuou  funcionando em clima de tranqüilidade. E isso é dito pela população: que foi o período de maior tranqüilidade nos últimos anos. Então, diante do posicionamento do presidente do meu partido e de seus comandados, não tinha mais clima. Isso do ponto de vista político. Do ponto de vista eleitoral, meu partido tomará uma decisão na hora certa. Esse não é um partido que tem dono, então na hora certa, vamos tomar uma decisão, seja para as eleições proporcionais, seja para a majoritária. Vários partidos já me procuraram para coligar com o PPL, mas por enquanto estou cuidando da questão como presidente da Câmara, no final do meu mandato, para que todas as correntes políticas possam se manifestar aqui, cuidar da formatação do partido na região. Para a eleição vamos conversar depois ouvindo os membros do partido. Retaliação? – Pessoas ligadas a mim estão sendo exoneradas do governo. Não sou prefeito, então tenho que me dirigir à prefeita quando são questões do Executivo. Numa das ocasiões em que estive com a prefeita relatei o que estava ocorrendo e ela disse que não sabia disso, então eu disse que, já que estávamos conversando, eu estava passando a situação para ela. Isso ocorreu com algumas pessoas, ocorreu com um posto de saúde, onde a chefe era indicação minha e foi exonerada e, pelo que sei, houve a indicação política de um ex-assessor meu, que está tendo todo apoio do próprio governo. Sei que ele estaria procurando pessoas ligadas a mim para ficarem com ele. Quem esta mandando ele fazer isso não sei, mas é fato. Estou esperando para ver até onde vai isso, mas estou esperando a prefeita tomar a providência  que achar melhor. Não cabe a mim, ela é a prefeita. Candidatura em 2012 – Não posso vir candidato a prefeito. A legislação eleitoral  é clara. Estou inelegível para qualquer cargo que não seja o meu atual porque ela é prefeita. E, embora Brizola dissesse que cunhado não é parente, é e parente em segundo grau. Então há impedimento. Ou seja, ela estando prefeita, eu só posso concorrer ao cargo de vereador.

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    Suzy Monteiro

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