Para perfuração de poços no mar, exercícios de contenção de petróleo no rio
Esdras 08/12/2011 00:19
Como sempre digo: de tudo se aproveita um pouco. Apesar dos danos, o vazamento de petróleo da Chevron serviu ao menos para que fosse dada a devida importância às medidas emergenciais de contenção de petróleo de eventuais acidentes na Bacia de Campos. Esta semana, a foz do Paraíba, no Pontal de Atafona, em São João da Barra, serviu de cenário para exercícios de simulação de contenção de óleo realizados pela Petrobras atendendo a exigências do Ibama para perfuração de poços nos blocos BM-C 26 e 27. Segundo Felício Valiengo, coordenador de Defesa Civil de São João da Barra, na próxima semana uma nova equipe da Petrobras poderá voltar ao município para uma realizar outra simulação. Desta vez da classe 3, que seria um vazamento maior. Bê a Bá O que me intriga é que, pelos menos teoricamente, dificilmente petróleo vazado em alto mar atingiria aquele ambiente abrigado do Pontal, onde o Rio corre para o mar, empurrando o que estiver na frente, e não ao contrário... Fica parecendo, pelo menos para nós leigos, que exercícios feitos ali não terão a mesma utilidade prática de outros que fossem realizados perto da costa, mas no mar, onde existe um grau de dificuldade bem maior e, logicamente, onde parece estar o maior perigo da poluição de uma enorme mancha de óleo chegar às praias costeiras, com suas áreas de arrebentação e grandes extensões. Esse aí, realizado em águas mansas, entre a margem do Paraíba e uma ilha, só vale se for mesmo o “bê a bá” dos exercícios... Mas a preocupante eventualidade de uma gigantesca mancha de petróleo sendo empurrada para o litoral exigirá infinitamente mais do que isso... A história não condiz com a realidade Em 1977 o pioneiro campo de Enchova começou a produzir e o primeiro carregamento comercial de petróleo no Brasil foi embarcado no então navio tanque PP Moraes, depois convertido na plataforma P-34, a 2ª plataforma flutuante de produção, estocagem e escoamento de petróleo (FPSO) do mundo. Como se vê, com tanta história e experiência, há estas alturas, após 34 anos de atividades de exploração do petróleo na Bacia de Campos, deveríamos estar muito além do bê a bá da contenção, com centenas de equipes treinadíssimas e prontas para agir sabendo de cor e salteado o x y z desse abecedário...

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