Para Amilton....
bethlandim 17/12/2011 12:36

É sempre muito bom quando demonstramos os nossos sentimentos para as pessoas. Temos que fazer deste período “nascimento e morte” uma passagem amorosa, gratificante, com significados e sentimentos. E assim fez Amilton Ribeiro em sua passagem pela vida. Amilton foi meu professor, fazia parte da equipe de “ouro” do esporte, liderada por minha mãe Elza, no Colégio Auxiliadora e por meu pai nos Jogos Estudantis Estaduais...

Foi meu professor, depois colega de trabalho, enfim meu amigo... Adorava o que fazia, era apaixonado pelo esporte, especificamente futsal e handebol, mas desempenhava excepcionalmente o papel de educador. Era pai e amigo de todos os seus atletas e foi gratificante vermos todos eles, hoje, já homens formados, beijando a sua cabeça... Assim como nas quadras foi um guerreiro na vida, lutou por mais de dez anos, se mantendo vivo, tamanha vontade de viver... Lembro-me bem, quando em todos os jogos, sempre fiquei no banco com os técnicos, quando muitas vezes, o jogo estava difícil, e ele, tirava do bolso uma medalha de Nossa Senhora Auxiliadora e com toda a fé, empurrava o time... Passava fé, garra, dava “broncas”, mas acima de tudo, encarava com coragem todos os desafios que apareciam... e passava isso para os seus alunos. Sempre foi muito moleque, brincalhão, e sempre nos reuníamos para contar os “causos” e dar boas risadas... e porque não falar do seu e do nosso amor incondicional pelo “nosso Auxiliadora”...

Emir, Amilton, Walter, Milton, Rodrigo, Canhoto, Mantena e eu, uma equipe que tenho orgulho de liderar e trabalhar no Colégio Auxiliadora, liderados com maestria por Ir. Suraya Chaloub. Os atletas calouros sofriam com ele, mas tinham também toda a atenção e carinho dele.

Milton sempre levava a pior. Quantas e quantas vezes, nas viagens, Amilton esperava ele dormir para tentar raspar a sua barba, ou prendê-lo no bagageiro do ônibus, na hora de pegar o material. E assim, mantínhamos a alegria e o humor diante da pressão dos jogos e o amor ao esporte, mas acima de tudo, o respeito, dando limites e partilhando ensinamentos com os nossos alunos...

Ano passado, quando o homenageamos nos Jogos Nacionais Mazzarello, do Auxiliadora, ele estava muito feliz. Entrou altivo em sua cadeira de rodas e foi aclamado por alunos, professores, irmãs salesianas, pais de alunos, enfim, demonstramos nosso amor e carinho em vida, com quem tanto nos presenteou com a vida. Beijava cada atleta seu na testa, conversava com cada um, encaminhou muita gente...

Não posso falar de Amiltom sem falar de Conceição, esposa, amiga, mãe... Conceição foi uma heroína durante todo esse tempo... Suas filhas Vivian e Vanessa de total dedicação...

Dedico a você as palavras de Santo Agostinho quando nos diz que:

"A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo. Me dêem o nome  que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram. Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador. Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos. Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim. Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Porque eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho... Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi."

Por tudo isso, Amilton, não nos despedimos de você, porque você está dentro de cada um de nós... Sua alegria, seu jeito para tudo, suas “jogadas”, seu carinho, seu afeto, seu sorriso, seus ensinamentos irão caminhar constantemente dentro de cada um de nós... Você combateu um bom combate...

Ir. Anita e Emir, entre tantos outros, te aguardam, e espero que vocês façam tanto barulho aí em cima, como fizeram aqui! Cada suor, cada bola jogada, cada manifestação sua de carinho, continuarão a nos encantar... SEMPRE!!!

Como nos diz Bob Marley...

“Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar... Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre...”.

Com afeto e saudades,

Beth Landim

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