Enquanto roubam os royalties, cidades do petróleo pagam o preço do progresso
Esdras 06/11/2011 19:24
Nem tudo que é bom para a cidade do Rio de Janeiro é bom para o interior do estado. Com a implementação das Unidades de Polícia Pacificadora nos piores complexos de favelas cariocas, como o do Alemão, a bandidagem, com os seus movimentos tolhidos, está migrando para os municípios da rota do petróleo atraídos, tanto riqueza gerada pela indústria petrolífera e o fluxo financeiro proporcionado por moradores de diferentes nacionalidades e regiões do Brasil, quanto pela insuficiência da segurança pública diante da forte explosão demográfica dos últimos anos. De “Princesinha do Atlântico a “Rosa de Hiroxima do Tráfico” O melhor, ou pior, exemplo é Macaé, que foi promovida de “Princesinha do Atlântico” a “Cidade do petróleo” e “Rosa de Hiroxima do Tráfico” em um pulo. O município agora está pagando o preço do progresso suportando sucessivas guerras contra o tráfico dominado pela facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), com integrantes entrincheirados num complexo de três comunidades: Malvinas, Nova Holanda e Nova Esperança. Polícia acaba com festa de aniversário de traficante para não passar vergonha Esta semana, a polícia local, para não ficar desmoralizada, teve que acabar com uma big festa de aniversário organizada pelos traficantes da favela Malvinas, com palco para super show com fortes indícios da participação de artistas de renome nacional como o sambista Dudu Nobre e a performática boazuda profissional Viviane Araújo. Um verdadeiro acinte, que mostra claramente que esses marginais querem impor na região as práticas, agora, coibidas no Rio. Até nossos royalties roubam Enquanto as cidades da rota do petróleo pagam o salgado preço do progresso na educação, na saúde e, principalmente, na segurança, ações oportunistas e eleitoreiras saqueiam nossos royalties no Senado. Rouba-se lá, como aqui, sem que os governos tomem atitudes sérias, tanto para garantir a segurança dos seus cidadãos, como os direitos dos estados e municípios produtores de petróleo, garantidos pela Constituição. Campos que reaja enquanto é tempo, que a próxima parada no caminho da violência é aqui. * O jornalista e colunista da Somos, Roberto Barbosa, foi o único repórter a acompanhar a operação do Bope na favela Malvinas, em Macaé, na última quarta-feira.  Ele fez a cobertura ao vivo para o jornalismo da rádio 95 FM e matéria especial para a Somos que foi para as bancas nesse domingo.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Esdras

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS