Governo ajuda Ampla a faturar milhões por ano sem investir em um metro de fio
Esdras
Robin Hood às avessas - tirando dos pobres para dar aos ricos Com mudança, 70% dos atendidos pela Tarifa Social perdem o benefício Terminou, na última terça-feira, dia 01, o prazo para recadastramento na Tarifa Social de Energia Elétrica para os clientes que consomem, em média, até 30 kWh mensais, pelo período de doze meses, bem como para os que possuem auto declaração, um modelo de formulário criado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para dar direito a esse desconto. Tendo em vista a mudança de regra imposta pelo Governo, estima-se que somente 30% dos clientes beneficiários da tarifa permanecerão usufruindo do benefício por conta da mudança na Lei 12.212/10, que prevê que somente terão direito ao benefício os consumidores que estejam cadastrados nos programas do Governo Federal, por meio do CadÚnico (cadastro único), obtendo o número de inscrição social (NIS), assim como as famílias com renda de até meio salário mínimo per capita, que estejam inscritas no Cadastro Único, junto ao Ministério de Desenvolvimento Social (MDS); Idosos e Deficientes que recebem o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), cuja família possua renda inferior a um quarto do salário mínimo, e portadores de doença que necessitam usar continuamente aparelhos com elevado consumo de energia e com renda total da família de até três salários mínimos. Com isso o Governo proporciona pelo menos 24 milhões a mais de lucro anuais à Ampla, se observarmos que 70% dos necessitados ficarão de fora do benefício, voltando a pagar a tarifa normal, perdendo um beneficio que é seu por direito, tendo em vista a pobreza em que vivem. É de se admirar a atitude do Governo, como um Robin Hood às avessas, tirando dos pobres para dar aos ricos, deixando a população carente cada vez em maior estado de miséria e a concessionária ainda mais bilionária. Com o acréscimo de 70% de clientes que deixarão de ser beneficiados - um número estimado em 483.000, antes 690.000, a concessionária permanecerá com um mínimo de clientes incluídos na Tarifa Social (207.000), obtendo com isso, e sem gastar um níquel sequer, um lucro estimado em pelo menos 24 milhões por ano, isso, baseado no mínimo, pois ao sair da Tarifa Social o valor de sua conta dará um salto, assim como a exclusão dos necessitados.   Comprando o que é nosso Com as novas regras, milhares de pessoas carentes que dependem da luz para sua subsistência e o mínimo de dignidade para sobreviver, aproximadamente 483.000 residências, perderão o benefício da tarifa social, tendo um aumento de 65% do valor da tarifa por kWh, mas continuarão pagando as contas de iluminação pública e impostos, como Confins, Pois entre outras, sem ao menos ter o que comer dentro de casa, tendo em vista que a família que era beneficiada com esta tarifa realmente necessitava dela, mas o governo preferiu, mais uma vez, tirar dos pobres e dar aos ricos. Vendemos nossa energia para os Espanhóis e em troca compramos uma energia falha, com picos constantes e diários de energia, deixando o consumidor mais uma vez a “mercê” da boa vontade do atendimento da concessionária, o que, por vezes, torna-se inútil e desgastante, fazendo com que os transtornos e deslocamentos se sucedam, até que consiga, quando consegue, alguém que o auxilie. É lamentável ver como os consumidores são tratados ao procurar pelos seus direitos, que são somente direitos garantidos! A nova regra somente servirá para aumentar geometricamente o número de reclamações no Procon, local onde nem sempre se encontra “uma luz no fim do túnel”.
Sobre o autor

Esdras

[email protected]

BLOGS - MAIS LIDAS