A volta de Rosinha
Christiano 03/10/2011 07:46

Fora da cidade desde a última quinta, acompanhei, muito de longe, a intensa sexta-feira que Campos vivenciou, com a posse de Nahim, o espetáculo dantesco na Câmara de Vereadores, o aparente rompimento político entre os irmãos e a volta de Rosinha ao comando da Prefeitura, após conseguir uma medida cautelar no TRE que tem validade de 30 dias.

Uma das razões para a vitória na medida cautelar foi interromper a insegurança jurídica na cidade enquanto o recurso de Rosinha contra a cassação não é julgado pelo TRE. Realmente a insegurança política e administrativa pela indefinição quanto a cassação existe.

O que não existe, nem existiu nestes dias, foi um clima de guerra em Campos, nem mobilização popular relevante de fato, seja para um lado ou para o outro. A cidade seguiu praticamente a sua vida normal de quarta a sexta. Somente na Prefeitura e entre os aliados do grupo político da prefeita é que a rotina foi bruscamente rompida e alterada.

A decisão de ocupação do pátio da Prefeitura, em clara desobediência à justiça naquele momento, foi, ao meu ver, uma decisão completamente passional e equivocada. A mesma aglutinação de aliados e seguidores poderia ser feita em um local privado, afinal, a prefeitura não é a casa e nem pertence a ninguém.

Os episódios das queimas de pneus em Ururaí foram de filme B. Fui vítima de um deles na quinta à noite, quando pegava a BR-101, perdendo tempo de estrada. Claramente foram encomendados por alguém que desejava agradar ao seu líder maior. Não havia nos executores um quê sequer de revolta. Eles pareciam meramente executores de ordens.

A estratégia correta, ao meu ver, para a prefeita, é buscar provar na justiça a sua inocência, junto com o seu bom corpo jurídico. Por enquanto, quando o mérito da ação foi julgado, Rosinha perdeu. Foi assim no TRE, em maio de 2010, e na primeira instância, na última quarta-feira. Em ambos os casos Garotinho atribuiu a derrota às pressões do governador Sérgio Cabral.

As vitórias neste caso conquistadas pelos advogados de Rosinha ocorreram sem julgar o mérito. Foi assim quando o juiz da primeira instância decidiu que a candidatura de Arnaldo Vianna não era parte legítima. E também quando o TSE decidiu, em dezembro de 2010, que houve supressão de instância, pelo TRE ter julgado o mérito sem que a primeira instância tivesse o feito.

Sobre o mérito em si, do uso dos referidos veículos de comunicação em seu favor em 2008, penso que procede. Porém, isto não teve poder para desequilibrar a eleição, no meu ponto de vista. Rosinha venceu porque foi, disparada, a melhor candidata. Era mais preparada, se planejou e fez uma campanha brilhante, sem erros. Foi, de longe, o produto mais bem vendido, conquistando mais eleitores com méritos e de maneira justa.

Vamos aguardar os próximos capítulos nos tribunais. Restam 27 dias para encerrar o prazo da liminar que concedeu efeito suspensivo à decisão que cassou Rosinha. Pelo sim, pelo não, o cargo mais cobiçado da cidade até as próximas eleições será o de Presidente da Câmara. Aliás, pela rotina de cassações desde 2004, este é o atalho mais fácil para o comando da Prefeitura.

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    Christiano Abreu Barbosa

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