ONDULAÇÕES.
lucianaportinho 23/09/2011 23:52
Ondulações.     luciana portinho Sempre que nele pensava seu coração dava sinais. Às vezes, se pegava boboca, com um leve sorriso maroto. Zombeteira ficava algumas das vezes. Em outras, se sentia bem apertadinha. Baixava uma tristeza. Uma tristeza terna. Sabia que assim seria pelo passar dos dias, dos meses, dos anos. Amáva-o, amára-o. Descobrira que não há força externa que altere o que internamente não deseja mudança. Muito se mexe incessante para nada transformar. E se aquela dor calada/funda que escarafunchava suas entranhas, teimava em voltar, já não oferecia mais qualquer resistência. Silenciava. Aos poucos, ainda que mais aos poucos do que aos muitos, iria abrandar. Fôra escolha sua; na liberdade seu sentimento ganhou personalidade. Na magia do vento empinou feito colorida pipa, rabiola saltitante. Na superfície da cama, vestiu forma de um fino bordado. Nunca deveria reprimi-lo, haveria de vivenciá-lo pelo tempo do finito infinito. Novas sutilezas haveriam de se somar à sua alma. Apagado o fogo, soprado as cinzas, fffuuuuu... Entrada da primavera, isso só já bastava.

* imagem do google

 

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