Peixe Panga - do rio mais poluído do Vietnam para a mesa dos campistas
Esdras
A cada dia que passa, todos os pesadelos previstos nos livros de ficção científica parecem se materializar. Entre eles a manipulação da alimentação oferecida à população pelas megacadeias de supermercados, sempre priorizando o lucro acima de todas as outras coisas. Atualmente, isso pode ser facilmente percebido pela população de Campos e região nas prateleiras dos mega supermercados que se estabeleceram por aqui. São centenas de produtos com a validade perto do fim, sobras de produtos que não foram bem vendidos nas capitais e até produtos de qualidade duvidosa e que podem oferecer perigo à saúde, como o “Peixe Panga”, uma novidade que tomou conta das prateleiras de pescados dos maiores supermercados do município. Perigoso invasor estrangeiro Importado do Vietnam, o Panga também é chamado de “peixe-gato” e é conhecido em inúmeros países do mundo por ter, segundo pesquisas internacionais, elevados níveis de produtos tóxicos e bactérias. Ainda assim, o Brasil comercializa o alimento em formato de filetes ultracongelados, através de várias empresas, entre elas o poderoso frigorífico “Leardini Pescados”, a primeira empresa a importar o famigerado “peixe-gato”. Panga em Campos Em Campos, este peixe vem sendo amplamente comercializado, apesar de estudos internacionais demonstrarem a toxicidade do alimento e, diante de uma fiscalização nitidamente fraca por parte de órgãos brasileiros, quais são, de fato, os riscos aos quais o consumidor está exposto? Os riscos do Panga Cientificamente, o peixe Panga é conhecido como Pangasius hypophthalmus. Ele é um peixe de água doce, geralmente produzido em aquacultura, principalmente no Vietnã e na China. Os sistemas de produção do Panga são em regime intensivo, sendo utilizados, para tanto, lagoas e diques no delta do rio Mekong, tido como um dos rios mais poluídos do mundo. Pesquisas realizadas fora do Brasil detectaram grandes níveis de bactérias e venenos no Panga, como arsênio, emitido por indústrias, tóxicos e perigosos subprodutos do setor industrial, nos locais onde se produz a maior parte do Panga consumido em todo o mundo. Também foram encontrados no “peixe-gato” metais contaminantes, bifenilos policlorados (que ocasionam, segundo pesquisas, queda no quociente intelectual e menor capacidade de memorização); foi detectado, também, o DDT (primeiro pesticida moderno, que causa câncer em humanos e morte de animais), clorato, compostos relacionados, o pesticida hexaclorociclohexano e hexaclorobenzeno. Alimentação duvidosa O Panga é cultivado há mais de um milênio no rio Mekong. Parece que o risco oferecido pelo Panga para a saúde humana seja gerado porque o peixe possui hábitos necrófagos, ou seja, costuma comer qualquer coisa que lhe aparece, como restos orgânicos, cadáveres de animais etc. Pescadores dizem que o peixe Panga costuma procurar o alimento revolvendo o fundo do rio em busca de qualquer coisa que seja possível ser transformada em nutrientes. Mas há a informação de que os Pangas criados em cativeiro podem não ter hábitos necrófagos quando são alimentados com ração. O Vietnã exporta o peixe Panga há muitos anos para os Estados Unidos, todos os países da Comunidade Européia, Japão, Austrália, Rússia e outros, somando mais de 240 nações. Afirma-se que o Panga comercializado no Brasil pela Leardini é alimentado apenas com ração específica, fornecida por empresas renomadas da área. Mas não se sabe quem fiscaliza ou se responsabiliza por isso. E aí, vai um Panguinha frito aí? (Saiba mais AQUI)
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