Sonhos desmoronados-Setor se mobiliza para que outras construtoras assumam obras
Esdras
[caption id="attachment_1589" align="aligncenter" width="756" caption="Os prédios, compradores, e o proprietário da Zuhause"][/caption] Imagine que você trabalhou duro e economizou durante muitos anos para investir no que a maioria das pessoas considera um dos seus sonhos mais importantes: a casa própria. Mais especificamente nesse caso, um apartamento próprio. Depois de fazer uma boa poupança para dar a entrada na vultosa aquisição, você pesquisa as ofertas em Campos e escolhe o imóvel que mais se encaixa às suas expectativas, condições financeiras e capacidade de pagamento. Para facilitar, opta por um imóvel ainda na planta, que sai bem mais em conta e é mais fácil de quitar até o fim das obras e da ansiada entrega das chaves. Começa a pagar as prestações, quita as famosas "parcelas intermediárias", e vai em frente durante anos, certo de que está investindo solidamente em seu sonho por se tratar de um imóvel. Mas nem sempre os sonhos se realizam da forma que imaginamos, e o seu sonho corre o risco de virar um pesadelo. Essa expectativa está sendo vivenciada por centenas de famílias campistas que adquiriram apartamentos e lojas em sete edifícios espalhados por bairros de classe média/alta da cidade que estavam sendo erguidos pela Zuhause Construtora LTDA e tiveram as suas obras paralisadas. Alguns deles em fase de revestimento, outros ainda na estrutura de concreto.

Bomba no setor imobiliário

A notícia caiu como uma bomba entre os compradores e o setor imobiliário, que vem promovendo seguidas reuniões para tentar uma solução negociada que minimize os eventuais prejuízos financeiros dos compradores e os causados à imagem desse forte setor da economia do município, além de grande gerador de empregos. Durante as reuniões de compradores, discute-se o que teria levado a Zuhause a paralisar as obras e o que pode ser feito para retomá-las. Segundo informações, a execução frustrada de algumas obras públicas teria levado a construtora a uma instabilidade financeira complicada que levou à paralisação das obras particulares. No total, são sete prédios com obras interrompidas: dois na Rua João Maria, dois no Flamboyant, um no Tamandaré, um na Rua Barão de Miracema e outro na Formosa, todos com assinatura da Zuhause.

Compradores preferem solução negociada

Apesar de frustrados, os compradores estão articulados e se dizem dispostos a encontrar, junto à Zuhause Construtora, a melhor solução para a retomada das obras em seus imóveis. Uma parte deles defende que assumam as obras por conta própria, outra que isso deve ser feito pela própria construtora ou por outra empresa que encampe os empreendimentos para concluí-los com o saldo devedor.

Setor se mobiliza para que outras construtoras assumam os empreendimentos

O empresário Mário Antônio Bittencourt, proprietário de uma das cinco imobiliárias que comercializaram os prédios, declarou à equipe da Somos que está mobilizando o setor para que outras construtoras assumam os empreendimentos paralisados pela Zuhause. Para tanto, segundo ele, estão sendo realizados minuciosos levantamentos de custos para finalização das obras, e duas construtoras estão sendo consultadas sobre a possibilidade de encamparem as construções que, segundo ele, são completamente viáveis.
Mário Antônio esteve presente em algumas reuniões realizadas pelos compradores dos imóveis. Segundo conta o empresário, existe a intenção de ajudar na solução dos casos.
“Fui às reuniões para ajudar as pessoas, porque eu tenho um compromisso moral. É compromisso moral, porque a gente indicou a construtora como uma construtora séria e ela sempre honrou todos os compromissos com a gente. Só que eu não tenho bola de cristal... É um risco que a gente corre. A gente quer ter sempre o risco menor.”, diz Mário, afirmando que algumas construtoras já estão se posicionando para assumir as obras. “A gente fez uma análise para conseguir outra construtora para assumir um prédio (localizado próximo ao Salesiano), e outra está analisando a possibilidade de pegar outro prédio. Todas as duas têm condições de pegar, estamos resolvendo isso. A gente é uma empresa que comercializa. A gente não é incorporador. A gente não é construtor. Mas vamos resolver os três que comercializamos.”, diz Mário, se referindo aos três prédios vendidos por ele, que integram o conjunto de obras paradas. Saiba mais AQUI.
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