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Antes da decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu na semana passada a união estável de casais homoafetivos, advogados de entidades com posicionamentos distintos sobre o tema apresentaram seus argumentos aos ministros. E no meio da grande polêmica jurídica do momento estava um personagem do Noroeste Fluminense.
A Associação Eduardo Banks foi um das entidades a sustentar argumentos contrários à decisão e escolheu para a sustentação oral no plenário do STF o advogado e jornalista itaperunense Ralph Anzolin Lichote, vice-presidente do PT no município, que teme retaliação no próprio partido.
Na sustentação contra o reconhecimento da união civil de homossexuais ele questionou a existência do Estado laico na prática:
“Semana passada fui à Câmara de Vereadores de minha cidade natal, Itaperuna, e lá pude notar bem no centro um crucifixo de bronze. Depois fui à Câmara de Vereadores de Niterói, onde resido atualmente, e na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, e pude notar na parede um crucifixo de Jesus Cristo, e hoje adivinha o que vi na parede, um crucifixo lindo com um espaço arquitetônico exclusivo para ele. E agora José? O estado é laico. (...) mas o povo é cristão (...).
(...) se o passo for errado, imagine o fardo de conviver com esta cruz, sabendo que para grande maioria do povo brasileiro Deus criou o casamento quando criou Adão e Eva.
Assim como o povo brasileiro não está preparado para a legalização da maconha, do incesto, da pena de morte e do aborto, também não está preparado para ver casamento de um homem com outro homem e uma mulher com outra mulher.
(...) Dilma ganharia no primeiro turno, quando de repente a oposição divulgou que Dilma liberaria o aborto e casamento homoafetivo, e ela despencou na pesquisa, tendo que no segundo turno (...) assinar um compromisso público que não iria liberar nada disso”.
Agora Lichote teme ser expulso do PT. Ele é vice-presidente do partido em Itaperuna e divulgou extensa nota intitulada “Discordar não é discriminar – aos que querem me expulsar do PT – contra a ditadura de opinião” (íntegra
aqui), onde conta que tem recebido emails discriminatórios de pessoas “que se dizem formadores políticos petistas”. Ele cita a Constituição e resume sua trajetória de mais de uma década no PT, sem, no entanto, identificar exatamente de onde teria partido o movimento de expulsão.