Sempre Flamengo
Suzy 06/03/2011 11:24
Paixão é algo que não se escolhe, a gente sente ou não. É assim em qualquer área da vida e não poderia ser diferente com o futebol. Paixão herdada ou escolhida, ela nos segue vida afora, nos trazendo alegrias e, muitas vezes, decepções. Com o Flamengo tem um agravante, que é o tal “orgulho” rubro-negro, justificado, vamos admitir, pelos títulos acumulados no decorrer de sua história, além é claro de ídolos como Bebeto, Dida e o maior de todos, Zico. Ano passado, porém, o Flamengo enfrentou sua maior crise — acredito, não sou especialista e  falo do pouco que acompanho. Não foi uma crise apenas de derrotas dentro de campo. Foi uma crise moral provocada por uma série de desmandos. Os privilégios dados por Marcio Braga a Adriano e Vagner Love, em detrimento do restante da equipe e daqueles que faziam a diferença como Pet. O episódio foi — mais ou menos — superado, mas depois... Escândalos envolvendo Adriano, orgias, asnos, amizades suspeitas e pouquíssimos gols. Depois Vagner Love, também com amigos suspeitos e frequentador de bailes. Só para não deixar dúvidas, não vejo muito problema em manter amizades do tempo de infância, mesmo que, esses “amigos” tenham tomado caminhos obscuros. Mas um atleta tem que ser exemplo dentro e fora de campo. Para culminar, a inacreditável história do goleiro Bruno, acusado de envolvimento no desaparecimento da mãe de um de seus filhos. Uma trama com lances pra lá de dramáticos e sádicos, como picar a tal mulher e jogar para os cachorros. Se foi ou não, só quem estava lá para saber. De qualquer forma, foi um baque para o time e sua torcida, uma das mais apaixonadas. Isso sem falar na mal sucedida passagem de Zico. Enfim, tudo estava errado. Tudo, no Flamengo presidido por Patrícia Amorim. Alguém imagina o tamanho do preconceito e das críticas que ela deve ter enfrentado? Uma crise como aquela durante a gestão da primeira presidente. Mas isso é outra conversa... Quem olhasse o Flamengo em 2010 não acreditaria em recuperação, pelo menos não em curto prazo. Mas ela esta acontecendo. E não foi o milionária contratação de Ronaldinho Gaúcho. Por R$ 1 milhão mensais até eu faria gol de bola parada. Aliás, cobraria só o metade. Mas o próprio time tem se reerguido. As vitórias que levaram o Flamengo à campeão da Taça Guanabara começaram bem antes de ele chegar. No momento vejo Ronaldinho mais como um fator motivacional, enfim... A Taça foi ganha, mas o “Bonde do Mengão” não pode fingir que tudo não aconteceu, esquecer e voltar com o orgulho, às vezes irritante até para quem é flamenguista. É preciso aprender com os erros e continuar caminhando até poder correr. Essa estrada ainda é longa.

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    Suzy Monteiro

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