É necessário que tenhamos noção de economia, principalmente quando se trata da economia do nosso país. Portanto, não deixe de ler até o fim, mesmo que o assunto não seja de seu total interesse, pois se faz necessário saber sobre o Risco País no cenário econômico brasileiro.
Então vejamos, com o cenário de dolar baixo está propício para viagens ao exterior e importação, mas esta cotação favorável para o cidadão brasileiro (que pode, principalmente, comprar importados a preço baixo) oferece alguns riscos:
- Balança comercial desfavorável (com o dolar baixo e o real valorizado, há uma tendência a se importar mais e se exportar menos);
- Fuga ou diminuição de instalação de multinacionais no país (haja vista o maior custo de produção). Neste aspecto, as questões sindicais também têm muito peso, pois quanto maior for a “articulação sindical”, mais temerosas ficam as multinacionais. Outro aspecto muito significativo é a carga tributária de nosso páis. Extremamente exorbitante, não oferecendo margem para que as empresas possam investir no capital intangível que é constituído por seus funcionários, como também não contempla investimentos em pesquisa e tecnologia, o que nos deixa em desvantagem com os demais mercados;
- Consumismo desenfreado (pela queda de preços) o que pode influenciar em uma demanda maior que a oferta e que, a médio e longo prazo, pode “inundar” o mercado de dinheiro, gerando, indiretamente, um processo inflacionário.
Perceba que, se de um lado, a falta ou baixa de consumo é desfavorável (pois caracteriza uma economia desaquecida e, em graus mais profundos de crise, até uma recessão), de outro (o que vivemos atualmente), caracteriza uma possibilidade de um consumo exacerbado e menor produção industrial.
Os entraves burocráticos do setor público, bem como sua vagareza e corrupção, contribuem altamente para que nosso país não esteja no patamar de desenvolvimento educacional, tecnológico e de pesquisa a nível satisfatório. Faz-se necessário uma máquina pública com o espírito de coletividade mas que planeje e produza com metas e resultados como a iniciativa privada atua mercado.
O governo tem preocupação em monitorar e gerenciar o poder de compra do consumidor, pois um superaquecimento no poder de compra pode levar a uma onda de investimento em produtos voláteis e que não geram riqueza a médio e longo prazo (como, por exemplo, a compra de imóveis) para o país (como indústria, pesquisa, etc). Veja a importância do papel da pesquisa universitária como instrumento de fomento econômico.
Quem passou por este problema foi a Irlanda, que se viu no começo da década de 2000 como um neo-rico do euro, mas que devido a políticas governamentais de empréstimos sem critério e investimento em setores não produtivos a médio e longo prazo (como o imobiliário), caiu em falência antes do fim da década:
http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/livros/crise-imobiliaria-irlandesa/
A solução para o crescimento saudável do país é o equilíbrio entre um consumo consciente (sem consumismo), ao mesmo tempo em que se fomentam políticas governamentais de geração de investimentos em setores produtivos (Porto do Açú, indústrias, investimento em educação e pesquisa, etc).
Por isto, não acredito em uma política estritamente Neoliberal: Que surge com a idéia da “mão-invisível” de Adam Smith e que reflete em uma idéia de que não há necessidade de intervenção estatal na economia, uma vez que o mercado se “autoregularia”:
Daí a questão do investimento na Educação e no desenvolvimento tecnológico ser muito importante: Geram riquezas intelectuais, patentes, produtos. Não é só de bens manufaturados gerados por industrias que um país sobrevive. Veja nosso papel universitário no contexto econômico: Gerar conhecimento, capital intelectual, patentes. Tudo isto, em sintonia com o mercado consumidor e com as necessidades econômicas nacionais.
Hoje, um dos maiores desafios do Brasil, além de se criar uma educação de base satisfatória, é evitar a fuga para o exterior, do capital intelectual brasileiro. Neste contexto, gerar capital intelectual é o grande desafio para o Brasil, uma vez que a produção intelectual voltada para a demanda das indústrias e tecnologias produziriam riquezas que colocariam o país numa posição indenpendente e autônoma. Assim também é a nossa realidade em Campos dos Goytacazes, pois o nosso capital intelectual tem que ser produzido e desenvolvido para colocar nossa população apta aos desafios de mão de obra qualificada que agora a região passa a requerer.
É essa produção que irá fazer com que as pessoas possam emergir socialmente, culturalmente e financeiramente. Desta forma, mais do que abrir nossos olhos, temos que abrir nossa cabeça para o mundo. A informação transformada em conhecimento é a mola mestra dessa equação. Sejamos cidadãos conscientes e interessados em tudo o que nos “afeta” e que nos traga significado para uma vida coletiva melhor, sejamos INTEIROS em nossas AÇÔES e ATITUDES. Desta forma, nossa cidade e cidades vizinhas não sofreram com o “inchaço” que Macaé passou com a chegada da Petrobrás. Só através da educação teremos um crescimento equilibrado e consistente.
Com afeto,
Beth Landim