RISCO BRASIL
bethlandim 17/02/2011 23:45

É necessário que tenhamos noção de economia, principalmente quando se trata da economia do nosso país. Portanto,  não deixe de ler até o fim, mesmo que o assunto não seja de seu total interesse, pois se faz  necessário saber sobre o  Risco País  no cenário econômico brasileiro.

Então vejamos, com o cenário de dolar baixo está propício para viagens ao exterior e importação,  mas esta cotação  favorável para o cidadão brasileiro (que pode, principalmente, comprar importados a preço baixo) oferece alguns riscos:

- Balança comercial desfavorável (com o dolar baixo e o real valorizado, há uma tendência a se importar mais e se exportar menos);

- Fuga ou diminuição de instalação de multinacionais no país (haja vista o maior custo de produção). Neste aspecto, as questões sindicais também têm muito peso, pois quanto maior for a “articulação sindical”, mais temerosas ficam as multinacionais. Outro aspecto muito significativo é a carga tributária de nosso páis. Extremamente exorbitante, não oferecendo margem para que as empresas possam investir no capital intangível que é constituído por seus funcionários, como também não contempla investimentos em pesquisa e tecnologia, o que nos deixa em desvantagem com os demais mercados;

- Consumismo desenfreado (pela queda de preços) o que pode influenciar em uma demanda maior que a oferta e que, a médio e longo prazo, pode “inundar” o mercado de dinheiro,  gerando, indiretamente, um processo inflacionário.

Perceba que, se de um lado, a falta ou baixa de consumo é desfavorável (pois caracteriza uma economia desaquecida e, em graus mais profundos de crise, até uma recessão), de outro (o que vivemos atualmente), caracteriza uma possibilidade de um consumo exacerbado e menor produção industrial.

Os entraves burocráticos do setor público, bem como sua vagareza e corrupção, contribuem altamente para que nosso país não esteja no patamar de desenvolvimento educacional, tecnológico e de pesquisa  a nível satisfatório. Faz-se necessário uma máquina pública com o espírito de coletividade mas que planeje e produza com metas e resultados como a iniciativa privada atua mercado.

O governo tem preocupação em monitorar e gerenciar o poder de compra do consumidor, pois um superaquecimento no poder de compra pode levar a uma onda de investimento em produtos voláteis e que não geram riqueza a médio e longo prazo (como, por exemplo, a compra de imóveis) para o país (como indústria, pesquisa, etc). Veja  a importância do papel da pesquisa universitária como instrumento de fomento econômico.

Quem passou por este problema foi a Irlanda,  que se viu no começo da década de 2000 como um neo-rico do euro, mas que devido a políticas governamentais de empréstimos sem critério e investimento em setores não produtivos a médio e longo prazo (como o imobiliário), caiu em falência antes do fim da década:

http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/livros/crise-imobiliaria-irlandesa/

A solução para o crescimento saudável do país é o equilíbrio entre um consumo consciente     (sem consumismo), ao mesmo tempo em que se fomentam políticas governamentais de geração de investimentos em setores produtivos (Porto do Açú, indústrias, investimento em educação e pesquisa, etc).

Por isto, não acredito em uma política estritamente Neoliberal: Que surge com a idéia da “mão-invisível” de Adam Smith e que reflete em uma idéia de que não há necessidade de intervenção estatal na economia, uma vez que o mercado se “autoregularia”:

Daí a questão do investimento na Educação e no desenvolvimento tecnológico ser muito importante: Geram riquezas intelectuais, patentes, produtos. Não é só de bens manufaturados gerados por industrias que um país sobrevive. Veja nosso papel universitário no contexto econômico: Gerar conhecimento, capital intelectual, patentes. Tudo isto, em sintonia com o mercado consumidor e com as necessidades econômicas nacionais.

Hoje, um dos maiores desafios do Brasil, além de se criar uma educação de base satisfatória, é evitar a fuga para o exterior, do capital intelectual brasileiro. Neste contexto, gerar capital intelectual é o grande desafio para o Brasil,  uma vez que a produção intelectual voltada para a demanda das indústrias e tecnologias produziriam riquezas que colocariam o país numa posição indenpendente e autônoma. Assim também é a nossa realidade em Campos dos Goytacazes,  pois o nosso capital intelectual tem que ser produzido e desenvolvido para colocar nossa população apta aos desafios de mão de obra qualificada que agora a região passa a requerer.

É essa produção que irá fazer com que as pessoas possam emergir socialmente, culturalmente e financeiramente. Desta forma,  mais do que abrir nossos olhos, temos que abrir nossa cabeça para o mundo. A informação transformada em conhecimento é a mola mestra dessa equação.  Sejamos cidadãos conscientes e interessados em tudo o que nos  “afeta” e que nos traga significado para uma vida coletiva melhor,   sejamos INTEIROS em nossas AÇÔES e ATITUDES.  Desta forma, nossa cidade e cidades vizinhas não sofreram com o “inchaço” que Macaé passou com a chegada da Petrobrás.  Só através da educação teremos um crescimento equilibrado e consistente.

Com afeto,

Beth Landim

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