Bacellar: Garotinho quer um beijinho meu? Eu dou...
Esdras 09/01/2011 02:31
Bacellar: “Por trás disso tudo está Garotinho. É um meio de me minar, de acabar comigo” Um post da jornalista Michelle Mayrink em seu blog na Folha On Line, 15 minutos antes da virada do ano, antecipando que nos próximos dias o jornalista Mauro Silva, secretário de Comunicação de Rosinha e fiel escudeiro dos Garotinho, passaria a presidir o PT do B em Campos, caiu como a primeira bomba da política local em 2011. Logo pela manhã do primeiro dia do ano, o jornalista Esdras Pereira, editor da Somos, e também blogueiro na Folha On Line, ouviu Marcos Bacellar, vereador do PT do B que era a cara do partido em Campos e que faz ferrenha oposição ao grupo do ex-governador. Bacellar foi incisivo ao declarar: “Estou consultando meus advogados, mas não vou pedir para sair e perder o mandato. Com Mauro Silva na presidência do PT do B, prefiro ser expulso. Eles vão ter que me expulsar. Aí vou analisar e ver para onde eu vou…” Na segunda-feira, terceiro dia do ano, Garotinho confirma a notícia em seu blog com o post: “O novo PT do B de Campos O jornalista Mauro Silva, secretário de Comunicação Social da prefeitura de Campos vai ser o futuro presidente do PT do B do município. O entendimento foi feito com o presidente estadual do partido Vinícius Cordeiro. A antiga direção do partido em Campos, ligada a Marcos Bacellar, está desfeita.” No quarto dia do ano a Somos entrevistou o vereador Marcos Bacellar quem entre outras coisas, afirmou que para ele o PT do B passar para as mãos de Garotinho não foi uma grande novidade, pois desde o fim das eleições de outubro a executiva estadual dava indícios que Garotinho estava de olho no partido e houve uma pressão para que os diretórios municipais pagassem uma dívida de campanha do diretório estadual, o que se recusaram a fazer. A partir disso, a executiva estadual ameaçava entregar o partido a Garotinho. Segundo Bacellar, a única surpresa foi Mauro Silva. Trechos da entrevista do vereador Marcos Bacellar publicada nesse domingo na revista Somos: Somos Assim: A política é realmente cheia de surpresas. Essa semana nós tivemos mais uma. Você, que é a cara do PT do B em Campos, também foi surpreendido? Marcos Bacellar: Na verdade, para mim não foi surpresa. O Vinícius, presidente do nosso partido, e o Jackson, eu já ouvi de outros colegas políticos que não era gente confiável, cansaram de me falar isso dos dois. S.A.: Há quantos anos você está do PT do B? Bacellar: Há sete anos. S.A.: Antes era de onde? Bacellar: Fui filiado ao PT. Quem me tirou de lá foi Sivaldo, para me filiar ao PT do B, quando me lancei pela primeira vez candidato a vereador. Ele insistiu muito comigo, dizendo que eu iria ter uma boa votação, mas não iria ter legenda. Como de fato, naquele ano o PT não fez ninguém. S.A.: Nós vimos na mídia que o jornalista Mauro Silva iria assumir a presidência do PT do B em Campos e nos surpreendemos com isso. E você? Bacellar: A surpresa é de Mauro assumir o partido. Nem sei se de fato vai ser Mauro. O que eu sei é que por trás disso tudo está Garotinho. É um meio de me minar, de acabar comigo. Isso aí ele vai fazer sempre, é o jogo dele. Na eleição que teve para presidente e estadual ele se coligou ao PT do B. Nós fomos ao Rio, eu fiz tudo com Vinícius, para que ele não fizesse isso. Eu e mais quatro vereadores pedimos que não se coligasse com o PR. E Garotinho prometendo mundos e fundos a Vinícius, que foi mordido pela mosca azul de Garotinho. Ele (Vinícius) me deu a palavra na convenção que eu poderia ficar tranquilo que iria se coligar só para a eleição a governador. Para federal e estadual, não. Eu vim embora tranquilo. De fato Garotinho, Pudim e a filha estiveram na convenção. Fizemos nosso trabalho para a eleição estadual. Acabou tudo, tudo sossegado, veio agora a história do pleito suplementar que teria em Campos. Foi quando nós fomos saber que ele já tinha destituído todas as provisórias no dia oito de outubro. Ele (Vinícius) é tão covarde que destituiu as provisórias e não avisou nada a ninguém. S.A.: Você já tinha visto no diário oficial? Bacellar: Saiu a publicação no diário oficial, mas ele não comunicou nada a ninguém. Nós tentamos contato com ele, mas ele não atendia mais. Pedi a Rodrigo meu filho para ir ao Rio, mas não conseguiu falar com ele, falou com Jackson, que é secretário do partido. Ele ficou alegando um monte de coisa, que a campanha deixou uma dívida muito grande para o partido. Deixou como? Se o partido não me ajudou nem com um panfleto? Que dívida é essa que o partido tem? Querendo jogar em cima das municipais do partido. Nós não aceitamos. S.A.: De quanto seria esse pagamento? Bacellar: Ele queria R$ 100 mil. Nós não tínhamos condição. Aí ele queria R$ 60 mil para ajudar a pagar a dívida do partido estadual. Nós não aceitamos. Eu e Jorginho Pé no Chão somos membros natos da municipal e estadual por sermos vereador. Jorginho, a princípio, queria até pagar porque iria haver pleito suplementar em Campos e ele via a possibilidade de nós sermos vice ou candidato a prefeito. Eu disse para não pagar. Eu sei que não teve o pleito e Jackson ficou me cobrando, se eu iria ou não acertar com o partido os R$ 60 mil. S.A.: Mas ele chegou ameaçar que iria passar o partido para alguém? Bacellar: Toda hora ele ameaçava dizendo que Garotinho estava querendo pegar o partido. Dizia: “Olha, cuidado seu amigo está querendo pegar o partido. E não faz questão. Pode abrir que ele paga o que quisermos pelo partido”. Ameaçou-me mais de uma vez com isso aí. Então eu disse: entrega o partido a ele. Infelizmente a prefeita voltou ao cargo. O pleito foi suspenso, e ficou nisso aí. Até quando eu fui pego de surpresa com essa notícia de Mauro Silva. ...S.A.: Mas na política acontece de um tudo, amigo virar inimigo, inimigo virar amigo... Bacellar: Eu não nasci com mandato de vereador grudados nas minhas costas. Eu assumi uma posição, é a minha posição e acabou. S.A.: Mas você não acha que isso foi uma jogada para trazer você pra perto dele? Bacellar: Garotinho quer um beijinho meu? Eu dou um beijinho nele (risos). Só que eu não faço política assim. Infelizmente eu não sou político. Eu gosto de política sindical, é o que gosto. Comigo é assim, não tem acordo. ....S.A.: Se você partir para o confronto você será expulso. Bacellar: Não tem problema. Saiba mais AQUI.

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