Papai Noel existe?!
bethlandim 13/12/2010 21:59

O mês de dezembro é sempre um mês de término. Término do ano, término de ciclos de trabalho, término de alguns projetos... Mas todo “término” vem acompanhado de um “início”, um “renovar”, um “repensar”, um “recomeçar”. O mês de dezembro traz o mistério e a magia com ele, pois celebramos o maior acontecimento de todos os tempos: o nascimento de Jesus!

Você já sentiu o cheiro do Natal?  O cheiro do Natal tem sabor de família, de almoços que entram tarde adentro, de risos, encontros com primos, tios, avós, amigos... de lembranças da infância.... O cheiro de Natal nos remete também as luzinhas das árvores, das casas  enfeitadas, luzes que querem ser como faróis a iluminar nossos pensamentos, nossa vida. Luzes que nos fazem refletir nossos atos,  nossa postura frente à vida, iluminando nossa caminhada com um "que"  de esperança, de sonhos....

A noite de 24 de dezembro vem com cheiro de Papai Noel, da bondade que o bom velhinho nos inspira, coração mais emotivo, do mistério da chaminé,  da viagem das renas, da presença dos  nossos anjos da guarda (amigos e família), da oração agradecendo a VIDA de JESUS, e de tudo que Ele fez, faz e fará  SEMPRE por nós. É perfume no ar!!! Mas nem todos tem a oportunidade de sentir este perfume.

No ano passado tive a oportunidade de vivenciar e experimentar um Natal diferente, que me fez aprender e refletir sobre a vida! Através de um trabalho desenvolvido por Eleonora Martins com os moradores de rua. Passamos todo o mês de dezembro dedicando os nossos fins-de-semana aos nossos convidados, conversando e convidando-os para o nosso almoço, uma verdadeira celebração da vida! Quanto aprendizado tivemos nestes dias! Sempre saíamos com nossos filhos em dois carros, parávamos, conversávamos, ouvíamos suas historias de vida, dávamos o que tínhamos: um pouco de atenção e carinho, um lanche, pois para muitos deles aquela era a única refeição do dia.

E... quanto aprendizado! Quantas histórias de vida! Muitos estão na rua devido ao alcoolismo, outros por problemas psíquicos, outros pelo desequilíbrio social e assim por diante. Não sabíamos se todos iriam comparecer ao almoço no dia 25, ficava sempre a dúvida, pois os laços de quem mora na rua trazem sempre muita desconfiança...

Mas qual não foi a nossa surpresa! No dia 25 estávamos lá, na descida da ponte João Barcelos Martins, no largo da rua Barão de Miracema. Eleonora e seus filhos, eu e minha família, meus pais,Paulo Renê e Martha (que fizeram a comida) e  vários professores do ISECENSA que aderiram a esta campanha de amor ao próximo. E quando estávamos nos últimos preparativos para nos encontrarmos no local combinado, Rafaela, uma das minhas filhas, me ligou eufórica: “Mamãe, estão todos aqui e trouxeram seus amigos, alguns até que não conhecemos!”.

Que felicidade! Nos reunimos, rezamos um Pai Nosso de mãos dadas, agradecemos a Jesus e pedimos por cada um que estava ali. Beth Rocha levou o seu teclado e fizemos questão de cantar, de servi-los, de conversar e interagir com eles, dando um pouco da nossa atenção, e o mais importante: ouvi-los!

Cheguei até a ouvir de uma pessoa: “De que adianta fazer isso em um mês apenas, em um almoço por um dia?” Respondi apenas, que para muitos que estavam ali, aquele era o único dia no ano que tiveram “apenas aquele almoço, aquela celebração”! E nós fomos os mais beneficiados pela grande oportunidade de servir, pois saímos do conforto das nossas casas para visitar um mundo muito diferente da nossa realidade. Levamos os corações cheios  de amor e trouxemos uma intensa sensação de paz e harmonia dentro de nós. Existem momentos que vivenciamos que deixam em nós uma grande sensação de bonança, e esse com certeza premiou a todos nós envolvidos nesta celebração.

Dali fomos para o Lixão da CODIN e mais uma vez tivemos a oportunidade de nos confraternizar com os moradores de uma comunidade que sobrevive com a colheita do lixo de nossa cidade. São famílias inteiras de catadores de lixo, que criam seus filhos do que arrecadam do lixo das nossas casas. Quanta emoção!

As crianças cantaram, rezaram... tivemos um dia de aprendizado e partilha! Foi excepcional! Ver a alegria estampada no rosto de cada um foi de emocionar!

Natal é isso! Se parássemos de falar e criticar e tivéssemos mais atitude, talvez esse não fosse o “único” dia para alguns! Não falo de assistencialismo, pois não comungo desta forma de ajudar! Falo da atenção, de mover as pessoas para que possam reencontrar seu rumo de vida! Falo de doação de tempo, de carinho, tão em falta nos dias de hoje. Falo de não pensar em Natal de presentes materiais apenas, mas de presentes espirituais, humanísticos, que podemos dar tirando de dentro da gente!

Este ano vamos fazer este almoço novamente! Faremos também uma campanha para o Hospital Manoel Cartucho. Estamos coletando material de higiene pessoal para os 120 internos desta instituição. Quem quiser colaborar pode deixar suas doações na portaria do ISECENSA, pois DOAR NÃO DÓI! Cada um de nós pode fazer diferente neste Natal!

Quando doamos recebemos um aprendizado intenso, partilhamos algo nosso, e isso é recompensador!

Cada um de nós pode fazer diferente! Junte sua família, seus amigos, reze, ajude, pense que podemos ajudar a quem precisa: um asilo, um hospital, um orfanato, um morador de rua...

Porque as palavras passam, mas os exemplos perduram... se eternizam... fazem história dentro de nós...

Jesus se doou por nós! É Natal! É tempo de doação. Um tempo que deveria ser todos os dias... Mas que tal começar agora? Porque Papai Noel existe! Ele está dentro de cada um de nós!

Um bom dezembro para todos e de preferência com o nosso trenó de Papai Noel repleto de carinho, de doação e de partilha!

Com afeto,

Beth Landim

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