Uenf em chamas
Esdras 24/11/2010 01:01
O movimento estudantil da Uenf lacrou ontem a instituição numa atitude sem precedentes nos 17 anos de sua história. O motivo para essa manifestação não foi apenas apoiar a campanha salarial dos professores, mas também para exigir a finalização da construção do polêmico “Bandejão”, a existência de um alojamento e a melhoria das condições de ensino, inclusive com a exigência de mais concursos para professores.  A ação dos estudantes começou às 06 horas da manhã e só foi encerrada após o anoitecer quando começou a chover. Enquanto isto, na cidade do Rio de Janeiro, o secretário Alexandre Cardoso se recusou a receber a representante do Diretório Central dos Estudantes que acompanhou a delegação formada por professores e técnicos que foram até a Secretaria de Ciência e Tecnologia para discutir uma saída para o impasse salarial que hoje causa uma grande evasão de profissionais que saem da Uenf atraídos por melhores salários. Durante a reunião o secretário Alexandre Cardoso aventou a possibilidade de estender aos docentes os 22% de reposição que foram concedidos aos servidores técnico-administrativos em junho de 2010, e também falou da possibilidade da criação de uma bolsa que teria uma vigência máxima de 12 meses, tempo que seria utilizado para criar uma política salarial que servisse para as três universidades estaduais fluminenses. Mas Alexandre Cardoso não soube estipular quais valores que seriam praticados por esta bolsa ou tampouco quais seriam os critérios que teriam de ser cumpridos para que os professores possam pleiteá-la. Além disso, Alexandre Cardoso pediu um prazo de 10 dias para poder acertar os detalhes com o governador Sérgio Cabral. Para que isto ocorra, contudo, o secretário de Ciência e Tecnologia apresentou a exigência de que as atividades continuem normalmente dentro da Uenf. Para o presidente da Aduenf, Prof. Marcos Pedlowski, o resultado da reunião foi desapontador, na medida em que após quase dois anos de tentativas de solucionar o problema, o governo do estado continua sem uma proposta objetiva para resolver os problemas salariais que estão na base da crise que abala a Uenf neste momento. E, pior, ao se negar a receber a representante do DCE, Alexandre Cardoso demonstrou uma total indisposição ao diálogo com os principais interessados em que o modelo institucional da Uenf criado por Darcy Ribeiro não seja consumido em chamas.

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