Não podemos ignorar contínuas violações, devemos nos posicionar sempre. Se abster demonstra fraqueza nas atitudes.Apedrejamento, tortura, mutilações, execuções de menores, perseguições a mulheres e minorias étnicas, e uma persistente ausência do devido processo legal, deterioram cada vez mais os direitos humanos, no Irã.O Brasil ficou entre os 56 países que se abstiveram, da resolução aprovada pela ONU, por 80 países, condenando o desrespeito aos direitos humanos no Irã, pedindo o fim dos apedrejamentos e das perseguições a minorias étnicas no país, dos ataques a jornalistas e advogados de defesa de vítimas de violações de direitos.A censura, que trata de assuntos de direitos humanos na Assembléia Geral, irá a plenária ainda em dezembro.Não podemos ignorar contínuas violações.Para o professor Antônio Marcio da Cunha Guimarães de direito internacional da PUC-SP, o Brasil adotou uma posição “covarde” e afirma ter vergonha da decisão.“Não pode deixar de se manifestar porque tem amizade. Tem que dizer: sou seu amigo, mas você está errado”. (O Globo em 20/11/2010)O professor Eduardo Viola de relações internacionais da UNB destaca a vontade do Brasil de não desagradar aos regimes autoritários para não prejudicar a candidatura ao Conselho de Segurança da ONU.Refletindo sobre tudo isso, fico a pensar o que passa pela cabeça de quem vai ter a mão amputada ou vai enfrentar um apedrejamento.Não podemos nos acovardar de nossas convicções. Ficar em cima do muro, se abster, se omitir, no mínimo é uma demonstração de fraqueza.Alguns valores são invioláveis, intransponíveis, INEGOCIÁVEIS. A vida humana e o respeito a ela, são para mim, um bem INTANGÍVEL.Admiro a coragem da mulher que em protesto contra o Irã, simulou em Paris um apedrejamento, com o intuito de sensibilizar, contra a violação dos direitos humanos, mas sobretudo sobre a liberdade das pessoas que não tem voz e vez em regimes autoritários.Que nada possa nos calar, nos comprar, nos tornar mudos ou cegos diante das atrocidades contra a vida. Que a solidariedade e a coragem de lutar permaneçam no espírito do povo brasileiro e que sejamos sempre intransigentes quando o assunto for a “Violação da Vida”. E que essa voz do povo brasileiro seja ouvida e respeitada por nossos representantes.Que possamos ter esperança pelo respeito ao ser humano, como clama os olhos desta mulher!!!