Assisti ontem ao debate da TV Record. Com ele iniciando tarde, troca de acusações, Erenice Guerra para lá e Paulo Preto para cá, candidatos sem carisma e Dilma se enrolando para concluir os seus mais simples raciocínios, acabei sucumbindo ao sono no final do segundo bloco, não vendo o resto do debate.

Gostaria de saber de quem foi a brilhante idéia de iniciar o debate às 23h00. Ainda que se tenha a diferença de fuso horário das regiões Sul e Sudeste para o resto do país, devido ao horário de verão, o horário é muito inoportuno. Deveria ter começado, no máximo, às 22h30.

Da parte que eu vi, José Serra foi, no meu ponto de vista, ligeiramente superior a Dilma Rousseff, pelo simples fato que é muito melhor na frente das câmeras do que a petista, devido a ter maior experiência em debates e administrativa como gestor principal do executivo. Dilma não se sente à vontade nos debates. Fica nervosa, erra palavras e perde o raciocínio. Apesar disto, é incisiva quando acusa ou rebate Serra.

Para quem votou em Marina Silva e está indeciso, como eu, o debate pouco ajudou, ainda que tenha abordado mais temas do país que que os anteriores aos quais assisti. Não acredito que o desempenho ligeiramente superior de Serra tenha sido suficiente para conquistar votos dos indecisos ou mudar intenções de voto. A 5 dias da eleição, a fatura parece liquidada para Dilma.

Em termos de audiência, os índices, prejudicados pelo inconveniente horário, foram modestos, com a Record alcançando 9 pontos na média do Ibope, ficando em 2º lugar na faixa horária. Ainda assim, melhor do que Band e Rede TV!, que tiveram 4 pontos de audiência em seus debates.

Como quase sempre, estes debates têm mais repercussão na cobertura da imprensa no dia seguinte e na exploração dos pontos positivos e negativos pelas campanhas dos candidatos no malfadado horário eleitoral gratuito.

O debate que realmente importa é o da Globo, na quinta-feira. É o debate de maior audiência e de maior repercussão, atingindo mais eleitores. É uma das últimas chances de José Serra conseguir uma improvável virada. Não acredito.