Belido aponta perda de representação de Campos
Christiano 04/10/2010 19:57

Uma das melhores fontes de análises políticas e eleitorais da cidade é o site de Guilherme Belido. Ontem, no calor da apuração, com resultados chegando de todos os lados e todas as fontes, Belido afirmou, próximo as 20h00, que a eleição presidencial iria para o 2º turno, devido à onda verde de Marina.

Hoje, entre as boas colocações de Belido, está a constatação da perda de representação de Campos. Leia o texto que tomei a liberdade de transcrever abaixo:

Perda de representação Sem entrar no mérito da qualidade dos deputados que farão a representação de Campos na Alerj e na Câmara (julgamento que não se faz aqui até porque os respectivos mandatos não tiveram início), é estarrecedor constatar que quantitativamente o município segue empobrecido. Melhor diria, se arrasta empobrecido. Afastando o compromisso de números exatos (que demandaria tempo de pesquisa) e, por isso mesmo, correndo o risco de algum engano, em ‘números redondos’ Campos, há cerca de 25 anos, mantinha média de três representantes na Câmara e outros três e até quatro na Assembléia. Quase três décadas depois, à luz da eleição de ontem, temos menor número de deputados: dois federais (na melhor e improvável hipótese três, dependendo do PDT) e somente dois estaduais.

Menos federais Recuando ao início dos anos 80, vamos encontrar (talvez com alguma imprecisão já ressalvada no texto acima), como representantes de Campos na Câmara Federal, os deputados Alair Ferreira, Walter Silva e José Maurício Linhares. E por aqueles anos juntaram-se, em determinado pleito, o Major Almeida e Carlinhos Peçanha. Ou seja: Campos teve quatro federais numa mesma legislatura. No próximo ano, serão dois: Garotinho e Feijó. Se tanto (dificilmente), mais um. Mas, de qualquer forma, abaixo do número registrado há quase 30 anos, quando o Colégio Eleitoral de Campos era infinitamente menor.

Menos estaduais Tomando por base a mesma época e circunstâncias observadas, o quadro representativo na Alerj é, numérica e comparativamente, desolador. Salvo erro, cumpriram mandatos paralelos os deputados Paulo Albernaz, José Cláudio, Amadeu Chácar e Alberto Dauaire. Em períodos próximos (talvez substituindo algum desses nomes) tivemos Djanir Azevedo, Fernando Leite e Aluízio de Castro. O Site vai publicar, ainda nesta 2ª-feira, a relação exata dos eleitos em pleitos passados. Mas é certo que tivemos quatro deputados e talvez até cinco na mesma legislatura. Ontem, foram eleitos dois: João Peixoto e Roberto Henriques.

Reflexos Tamanho recuo representativo fala por si e dispensa considerações de maior profundidade. E contra fatos não há argumentos: Campos não consegue emplacar sequer o mesmo quantitativo de deputados que dispunha quando a soma de eleitores era muito menor. Os reflexos são óbvios e se não aparecem com maior clareza é porque o dinheiro dos royalties vai maquiando uma situação desfavorável. O município não tem força junto ao governo do estado e tampouco bancada parlamentar para pressionar a União. Enfim, ficamos na base da camaradagem. A questão do elevado número de candidatos – causas e motivos, isso ou aquilo – não interessa. O fato é o que se apresenta. E também não aproveita a observação de que no passado, em certa eleição, Campos ‘não fez’ nenhum estadual. Não estamos a tratar de situações isoladas, mas sim de uma tendência que se faz freqüente e danosa.

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    Christiano Abreu Barbosa

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