O mico histórico de Serra
Christiano 17/09/2010 23:59

Faltando aproximadamente 15 dias para as eleições, as pesquisas mostram uma enorme vantagem de Dilma Rousseff sobre José Serra. O último levantamento do Ibope, divulgado hoje, mostrou Dilma com mais do que o dobro das intenções de voto que Serra, com 51% contra 25%. Marina Silva tem 11%.

O declínio constante e vertiginoso do candidato tucano em muito é devido à sua desastrosa campanha. No início da propaganda de TV do PSDB, Lula foi exaltado como líder, com a imagem de Serra colada a dele, tentando passar a imagem do tucano como o presidente ideal da era pós-Lula.

A arriscada estratégia confundiu os eleitores, que começaram a fugir do voto em Serra, migrando para Dilma. Ora, se é para ter alguém com bom trânsito com o atual presidente e liderar o país na era pós-Lula, que seja alguém que ele indique.

Detectada a queda nas pesquisas, a estratégia passou a ser bater na candidatura de Dilma e traçar um cenário negro no futuro do país por ela dirigido, o que foi feito dia e noite. Bateram tanto que passaram da medida, gerando resultado contrário. Serra continuou ladeira abaixo.

Depois, a idéia foi procurar escândalos no atual governo que remetessem à Dilma e pudessem comprometer a sua candidatura. Ainda que tenham vindo à tona dois casos escabrosos e repugnáveis como o sigilo fiscal da carochinha e o lobby do filho da agora ex-ministra Erenice, isto não gerou perda de votos na petista. E Serra continuou a cair.

Em estratégia similar a um erro adotado na campanha de Paulo Feijó à Prefeitura de Campos em 2004, vendo que perdia intenções de voto, a campanha tucana passou a mirar nas classes populares com uma proposta de última hora, fora de seu programa. Serra agora promete salário mínimo de R$ 600,00. Mais fuga de eleitores.

O desempenho pífio levaria hoje Serra a ter muito menos votos do que Geraldo Alckmin em 2006, que teve 42% dos votos no 1º turno. Sendo que Alckmin enfrentou o todo poderoso Lula, um dos presidentes mais populares do país (se não o mais), que buscava sua reeleição, enquanto Serra enfrenta Dilma, uma candidata com uma série de pontos falhos e que sequer já havia sido testada.

Serra faz uma campanha para entrar na história, como um manual de tudo o que não se deve fazer em uma eleição. Para ele, ainda bem que só faltam 15 dias, pois perigaria ficar atrás de Marina. Pelo jeito, só resta arrumar agora um cargo no governo de Alckmin em São Paulo.

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    Christiano Abreu Barbosa

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