Os números são do movimento “Rio contra a dengue”, do governo estadual: o mapa do Levantamento do Índice de Infestação Rápido para Aedes aegypt (LIRAa) aponta São João da Barra como o município com maior Índice de Infestação Predial (IIP) do mosquito transmissor da doença. Em seguida, também com percentual expressivo, aparece Italva.
O levantamento é realizado em média a cada quatro meses pelos municípios, através de amostragem, com a visita de agentes de Saúde às residências e outros imóveis. É esse trabalho que origina o IIP médio do município, representando o percentual de imóveis com a presença de criadouros que contenham larvas do mosquito. Os números que acabam de ser divulgados são referentes a maio. Dos 92 municípios fluminenses, 67 realizaram o LIRAa e enviaram os resultados à secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil.
O levantamento dos 67 municípios mostra o seguinte quadro:
48% em situação de baixo risco – IIP menor que 1%
46% em estado de alerta – IIP entre 1 e 3,9%
6% em situação de alto risco – IIP acima de 4%
Com alto risco são quatro municípios:
São João da Barra – IIP de 9,8%
Italva – IIP de 8,5%
Tanguá – IIP de 4,6%
Carapebus – IIP de 4,5%
O IPP de Campos é de 2,3%, ou seja, situação de alerta.
Os resultados correspondem aos índices médios, o que quer dizer que dentro dos municípios podem ser encontradas áreas de alto risco e de baixo risco. Cabe, portanto, às secretarias municipais de Saúde, uma análise mais detalhada para definir a forma de atuação no trabalho de combate à dengue.
Como visto, a situação é grave. Mas é importante ressaltar que a responsabilidade deve ser compartilhada entre poder público e sociedade. É claro que o papel das secretarias municipais de Saúde é fundamental, mas hoje, com tantas campanhas amplamente divulgadas, é inadmissível que as pessoas ainda não saibam como evitar a proliferação dos criadouros em casa. E ainda tem gente, por incrível que pareça, que não está nem aí.
Outra questão, e essa específica de São João da Barra, é que o problema se agrava, principalmente nas regiões de praia, por causa das casas de veraneio que permanecem fechadas no inverno. Mas aí a solução é agilizar autorizações judiciais para que os agentes possam entrar nas residências.