Hoje na Curva - O que você faria se pudesse mudar o roteiro de sua vida?
Suzy 05/05/2010 20:54
Estava passeando pelos emails, respondendo alguns, tentando excluir outros, quase desistindo de escrever a crônica de hoje, quando me deparei com esse que me chamou a atenção pelo titulo. Aliás, é um dos itens que se aprende quando faz algum curso de assessoria de imprensa: por um título que desperte a atenção de seu público-alvo entre as centenas de inutilidades que recebemos todos os dias, em meio a uns poucos aproveitáveis. Pelo título, abri o email (essa assessoria é boa mesmo) que fala sobre a biografia de Donald Miller, que já teve livros na lista dos mais vendidos do New York Times. Mesmo assim, segundo o release (tão interessante quanto o título), o autor entrou em depressão, passou a evitar responsabilidades, questionar o sentido da vida, não tinha vontade de levantar-se da cama. Foi nesse momento, que dois diretores de cinema o procuraram para transformar sua biografia em filme. “Um deles era Steve Taylor, um rockstar cristão dos anos 80. Foi nesse encontro que Miller se deparou com a estranha tarefa de selecionar partes ‘interessantes’ de sua vida para serem filmadas. Entre fazer o roteiro, tomar uma cerveja e beliscar azeitonas com os novos amigos, ele pensava no que faria se pudesse mudar o roteiro da própria vida”. Toda essa atividade resultou em “Um milhão de quilômetros em mil anos”, que a Garimpo Editorial acaba de lançar. O que eu faria se pudesse mudar o roteiro de minha vida? Difícil dizer até porque, somos todos protagonistas de nossas próprias histórias, que vão se misturando durante toda nossa existência. Talvez, se pudesse mudar o roteiro de minha vida, eu optasse por atuar na ajuda humanitária. Não pense que é loucura. À Suzy de hoje às vezes até pode parecer impossível, tão cheia de responsabilidades particulares, mas houve outra, anos atrás, que seria capaz de deixar tudo para cuidar daqueles que mais precisam. Com o passar dos anos outras pessoas foram precisando de meus cuidados e essa idéia foi ficando de lado. Com certeza teria mais filhos. Ah, continuaria reclamando de “só ter voltado a dormir uma noite inteira depois que minha filha fez quatro anos”, permaneceria estressada, dizendo “não!”, vigiando por telefone. Mas nada iria se comparar, sei lá, a ouvir mais uns três ou quatro “eu te amo”, a participar de mais festas do dia das mães, a receber beijos inesperados, a olhar para o lado e ver, assustada, como aquele bebê de antes agora está se tornando uma adulta. Teria viajado mais (isso ainda pretendo fazer), teria sido menos responsável e ousado em muitos instantes. Me jogado de cabeça em alguns amores, sem nem pensar nas conseqüências (sou virginiana, penso demais). Teria deitado mais ao lado de minha mãe só para ouvir mais histórias, aprender mais sobre a vida. Teria juntado mais risadas, acumulado o bom humor, dividido mais angústias, enxugado mais lágrimas em seu colo. Só cobriria minha família de beijos, acompanharia melhor o crescimento das crianças para não e surpreender sempre. Na verdade, não mudaria totalmente o roteiro de minha vida, só intensificaria as cenas de ação, amor e felicidade, deixando de lado o que não merece registro. E você? O que faria de pudesse mudar o roteiro de sua vida?

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    Suzy Monteiro

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