Feliz Ano Novo
Suzy 31/12/2009 09:38
Receita de Ano Novo (Carlos Drummond de Andrade) Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido (mal vivido ou talvez sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?). Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre. Todo ano é a mesma coisa. Chega dezembro e, com ele, o balanço do que fizemos no ano inteiro. Como nem sempre ele é positivo, tratamos de prometer que no próximo será diferente. Seremos mais caridosos, mais leais, mais educados, menos intransigentes. Deixamos na conta do futuro, o que não conseguimos no passado e não fazemos no futuro. O mudar parece sempre relacionado com o amanhã, nunca com o agora. Por isso, qualquer que seja a cor escolhida para o reveillon, será pouco (ou nada) eficaz se a transformação não partir de dentro e isso, não apenas com coisas subjetivas. Se não trabalharmos com afinco, não procurarmos especialização, não lutarmos, dificilmente o amarelo trará mais dinheiro. Se não nos cuidarmos, diminuindo a gordura, parando de fumar, procurarmos o médico para saber que dorzinha recorrente é essa que lhe acompanha há anos, não há roupa azul que dê jeito. Se não abrirmos nosso coração para o amor e não ficarmos infinitamente chorando por aquele que poderia ter sido, quase impossível dar uma chance a um novo amor ou há uma paixão avassaladora. Pode passar a madrugada do dia 1º pintada de rosa ou vermelho. Será em vão. Assim, como o branco da paz, laranja da disposição, roxo da prosperidade e preto (?!) da segurança e dignidade. O grande caminho para a mudança em nossas vidas só cabe a nós mesmos. Então, FELIZ PESSOA NOVA.

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    Suzy Monteiro

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