Matemática e chuva
Christiano 18/07/2009 14:48

Um dos fatores mais prejudiciais às vendas de jornais em bancas é a chuva. As chamadas vendas avulsas necessitam que o ponto de venda tenha fluxo de pedestres e a chuva afasta as pessoas da rua.

Por isto, quando chove pela manhã, como na última quarta-feira, as vendas nominais de todos os jornais caem. Não é a toa que um dos fatores de análise de determinação da tiragem de bancas, conhecido no meio como reparte, é a previsão do tempo.

A complexa ciência do reparte envolve ainda a verificação do conteúdo e das manchetes do jornal do dia seguinte, os números históricos do dia da semana e do período do mês, entre outros pontos.

Um reparte bem feito deve evitar que o jornal esgote na banca, para que o consumidor não compre o concorrente, bem como não deve deixar que sobrem muitos jornais, já que a produção não vendida gera prejuízo, uma vez que a relação comercial com o ponto de venda é de consignação.

Para se ter uma idéia de como a chuva atrapalha as vendas, na quarta-feira elas foram 14% menores do que a média para aquele dia.

E não precisa chover o dia inteiro. Basta a chuva da manhã. As vendas de jornais se concentram no período de 06h00 às 10h00 da manhã. Depois deste horário, a venda é residual.

Em contrapartida, o acesso à Folha Online contabilizou 12.041 visitantes únicos na quarta-feira, o terceiro melhor dia de julho, com um crescimento de 19% em relação a média do mês, muito em cima do Folha Digital, que exibe a versão impressa do jornal.

Apesar deste exemplo isolado, sites de jornais na Internet e vendas de jornais em banca podem ser complementares, sem prejuízo comercial, ao contrário do que se propaga.

As vendas em banca da Folha da Manhã estão 8,5% maiores em julho, enquanto a Folha Online, com as mudanças, está com 27% mais leitores no mês. Basta investir em conteúdo e ter criatividade.

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    Christiano Abreu Barbosa

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