À frente da secretaria municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Campos desde o dia 15 de fevereiro, Marcão Gomes (PR) abriu a semana de entrevistas do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Entre repercussão sobre assuntos da política local e o trabalho desenvolvido nas últimas semanas, o secretário abordou um assunto que tem sido comentado por ouvintes e leitores da Folha: o crescimento da população em situação de rua, principalmente na área central da cidade.

O aparente aumento dos moradores de rua tem levado comerciantes do Centro a encerrarem mais cedo as atividades diárias. Segundo o secretário, o município de Campos dispõe de políticas públicas de assistência social voltadas para a população em situação de rua.

— Nós temos políticas através do nosso Centro Pop, nós temos abrigos, nós temos uma política efetiva para poder ajudar essas pessoas que estão em situação de rua, mas eu estou querendo fazer avançar um pouco mais, principalmente porque estão chegando ao meu conhecimento práticas abusivas e irresponsáveis de prefeitos não só do estado do Rio, mas também de estados vizinhos, que tratam as pessoas como objetos, colocando-as dentro de veículos e entregam, depositam essas pessoas no município de Campos. Eles dizem que essas pessoas vão encontrar empregos fáceis, alimentação, possibilidade de avançar. Isso é um crime, isso é improbidade administrativa, e eu irei com todos os nossos técnicos para entrevistar individualmente os moradores em situação de rua — afirmou Marcão.

Durante o bate-papo, Marcão comentou críticas ao atual governo municipal feitas pelo deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), na última sexta-feira (5), em entrevista ao Folha no Ar. De acordo com o secretário, o governo Rafael Diniz, em diversos segmentos, está à frente em comparação à gestão de Rosinha Garotinho.

— Gosto muito de fazer esse tipo de comparação. Um primeiro ponto seria o das finanças. Em todo o período de gestão dela como prefeita do município, ela administrou cerca de R$ 16 bilhões, que foram inseridos nas contas da Prefeitura no período de 2009 a 2016, sem falar no valor da “venda do futuro”. Isso só o orçamento aprovado de arrecadação própria, orçamento de transferências governamentais. Então, comparar R$ 16 bilhões de orçamento com um pouco mais de R$ 3 bilhões não é uma comparação que a gente possa dizer como igual. Não dá para comparar uma administração que teve R$ 16 bi com uma que tem pouco mais de R$ 3 bi. O que está querendo ser comparado é o legado, e não dá para comparar em termos de finanças — disse Marcão.

O secretário também falou sobre a entrevista do ex-prefeito Arnaldo Vianna (MDB) à Folha da Manhã. Entre outros temas, o político afirmou que se tivesse apoiado o filho, Caio Vianna, na corrida à Prefeitura na última eleição, ele teria sido eleito. Arnaldo também fez críticas ao atual governo.

— Gosto muito dele. Li atentamente e concordei em alguns pontos. Críticas que sejam manifestadas de boa forma são bem-vindas. Discordo quando ele (Arnaldo) diz que não existe mais tempo e nem fôlego para o atual governo. Não concordo também quando diz que esse governo é um governo que os adversários gostariam de ter. Eu não acho isso. Vamos mostrar a todos que estamos no caminho certo e dizer aos que queiram torcer contra a gestão que nós estamos trabalhando com os pés no chão — assegurou, ressaltando que, em relação à possível candidatura de Caio, a variedade de opções e propostas, desenvolvidas com seriedade para benefício da cidade, é importante para a disputa política. — Caio é um rapaz com quem me dou muito bem e, antes de a gente se candidatar, estive com ele de forma muito breve. Nós conversamos e desejei sorte a ele. Só digo que ele tem que estar perto da população o ano todo, não só em época de eleição — afirmou.

Convidados da semana — Nesta terça-feira (9), o entrevistado do programa Folha no Ar será o médico e ex-prefeito Arnaldo Vianna. Na quarta (10), os jornalistas Aluysio Abreu Barbosa, Arnaldo Neto e Marco Antônio Rodrigues receberão o presidente da OAB-Campos e professor de Direito da Uniflu, Cristiano Miller. Na quinta (11), o bate-papo será com o sociólogo, cientista político e professor da UFF George Gomes Coutinho e, na sexta (12), com Igor Franco, professor de Economia da Estácio.