Presos suspeitos de assassinar fundador do Mão Amiga
Matheus Berriel 15/05/2017 13:26 - Atualizado em 17/05/2017 13:29
Delegado Geraldo Rangel
Delegado Geraldo Rangel / Antônio Leudo
Foram cumpridos, nesta segunda-feira, os mandados de prisão temporária contra dois suspeito de envolvimento na morte do agente social Adriano Ferreira Machado, de 47 anos, presidente e fundador do Instituto Mão Amiga, assassinado na semana passada, no Novo Jóquei. Em coletiva, o delegado da 134ª Delegacia de Polícia, Geraldo Rangel, confirmou que o crime tratou-se de um latrocínio, ou seja, homicídio com objetivo de roubo. Ambos os suspeitos eram atendidos pelo projeto de Adriano. Eles ficarão presos durante um mês, prorrogável por mais um, caso haja necessidade, para que o confronto de depoimentos ajude a esclarecer os fatos. As investigações seguem em andamento.
De acordo com Geraldo Rangel, inicialmente, a polícia acreditava que apenas Edson Ramos Tavares, conhecido como Baiano, de 24 anos, teria tido participação direta no caso. Ele foi preso nesta segunda, por volta das 11h, no Mercado Municipal, em Campos. Após o depoimento de Baiano, a linha de investigação passou a considerar também como suspeito o jovem Lucas Moura Nascimento, de 27 anos, antes visto apenas como testemunha. Na semana passada, no mesmo dia do crime, ele havia se apresentado espontaneamente para prestar depoimento, na companhia dos pais. A prisão de Lucas foi cumprida em uma clínica de recuperação para dependentes químicos no município de Piraí, no Sul Fluminense.
Segundo a versão de Baiano, no dia 7 à noite, ele teria tido uma discussão com Adriano. O assunto seria sobre um irmão de Baiano que está preso. Esta discussão teria sido o motivo da morte da vítima, por volta das 23h. Ainda de acordo com a versão de Baiano, Lucas não proferiu nenhum golpe de faca ou cavadeira, as armas usadas por ele no crime. Porém, teria puxado o corpo de Adriano para tirá-lo da visão de populares que passassem pela rua, além de esconder a faca. Apenas a cavadeira foi encontrada.
Para Geraldo Rangel, a explicação mais provável é a de que Baiano já tivesse interesse em assassinar Adriano. A linha de investigação considera que a citada discussão tenha sido motivada pelo fato de Adriano ter descoberto que Baiano estava usando drogas dentro da sede do instituto Mão Amiga. Um vídeo publicado em uma rede social de Adriano, por volta das 03h30, onde este relata um possível furto de materiais de construção no lado de fora do imóvel, é visto como uma situação montada por Baiano para desviar o foco de um possível roubo já cometido por ele.
Após a morte de Adriano, os suspeitos levaram duas caixas de som e um celular, que foram trocados por drogas nas casinhas do Novo Jóquei, para onde foram no carro da vítima, uma Brasília amarela usada para distribuir comida para moradores de rua, conduzida por Lucas, pois Baiano não sabe dirigir. A droga adquirida teria sido usada pelos suspeitos no local do crime, onde foi encontrada uma quantidade de cocaína, ao lado do corpo de Adriano. Numa segunda tentativa de comprar drogas, os criminosos abandonaram a Brasília e voltaram a pé para a sede do instituto Mão Amiga, quando foram vistos por populares. Além da cocaína, no local do crime também foram encontradas roupas com manchas de sangue, indicando que os envolvidos tomaram banho no imóvel.
Outra informação obtida após o depoimento de Baiano é a de que um pedreiro contratado por Adriano para trabalhar na obra do local teria perguntado por ele, que já estava morto, na manhã de segunda-feira (8). A resposta foi de que Adriano havia viajado. Por fim, segundo Baiano, ele e Lucas retornaram ao local onde haviam deixado a Brasília, foram nela até a casa de um homem identificado como Marlon, no Parque Guarus, e voltaram para a sede do Mão Amiga, de onde levaram uma televisão e outros objetos, por volta das 8h, pouco antes do corpo de Adriano ser encontrado por vizinhos. Marlon não teve participação no latrocínio, mas também foi conduzido nesta segunda à 134ª DP, para prestar esclarecimentos.
O carro de Adriano foi abandonado na estrada da Codin, mesmo lugar onde foi encontrado no começo da tarde de segunda, com alguns pertences da vítima.

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